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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Israelenses e palestinos se enfrentam mais uma vez na ONU

No ringue dos conflitos mundiais, a ONU recebe, nesta sexta-feira, adversários já conhecidos. A Palestina, no canto direito, tenta vencer com a admissão de seu Estado como membro das Nações Unidas, enquanto, no canto esquerdo, Israel tenta fazer de tudo para impedir.
Os critérios da decisão serão um pouco mais democráticos. Em vez de socos e chutes, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, terá como arma os votos dos membros do Conselho de Segurança da ONU. Se a maioria dos 15 países que o compõem desejarem, os palestinos passam a ter um lugar nas decisões e discussões das Nações Unidas. A não ser que alguém decida usar o poder de veto.

“Para ter reconhecimento como membro pleno das Nações Unidas, a Palestina precisa da aprovação do Conselho de Segurança, o que não vai acontecer porque os Estados Unidos já disseram que não vão aceitar”, explica o professor de Relação Internacionais da PUC Márcio Scalercio.
Os Estados Unidos são membros permanentes do Conselho de Segurança, o que significa que, seja qual for o resultado da votação, os americanos podem barrar a proposta palestina. Como a diplomacia de Obama já anunciou que usará esse poder veto, as chances de Abbas já são mínimas antes mesmo de o pedido ser oficialmente apresentado.
É claro que nada é certo ainda, já que a votação não ocorreu, mas Scalercio duvida que os Estados Unidos possam mudar de ideia, mesmo sabendo o quanto esse posicionamento “seria péssimo para eles”.
O professor se refere à reação do mundo árabe diante da proposta por um lugar palestino na ONU. Tanto o Egito quanto a Arábia Saudita já se mostraram a favor da adesão, o que os deixou extremamente exaltados com os americanos. Os sauditas declararam que o veto mudará a relação do país com os Estados Unidos, enquanto os egípcios preferiram se dirigir a Israel, dizendo que o acordo de paz que existe entre eles “não é sagrado”.
Para o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim AlZeben, no entanto, a situação norte-americana seria muito mais complicada do que as possíveis retaliações do mundo árabe.
“O veto vai gerar descontentamento geral, não só dos árabes. E os Estados Unidos vão ter que enfrentar essa realidade”, afirmou AlZeben.
De fato, pesquisas e especialistas garantem que o pedido palestino tem grande aprovação. Segundo Scalercio, os palestinos contam com pelos menos 130 países na Assembléia Geral da ONU, o que poderia evidenciar o forte isolamento diplomático de Israel e trazer grandes consequências para os Estados Unidos.

Mas não é com receio que os israelenses enxergam o apoio mundial à questão palestina. Para o conselheiro político de Israel no Brasil, Leo Vinovezky, os próprios israelenses são a favor de que os palestinos tenham o seu próprio Estado. A questão, segundo ele, é: sob que condições?
De um lado, a Palestina vê no pedido que vai oficializar na sexta-feira um meio de retomar negociações de paz paradas há mais de oito anos, quando foram firmados os acordos de Oslo. Neles, ficou determinado o fim dos conflitos na região, assim como a reabertura os debates sobre as fronteiras de cada Estado.
De lá para cá, contudo, ataques fazem vítimas de ambos os lados e pouco avançou, “a não ser os assentamentos israelenses”, explica o professor de Relações Internacionais da PUC Márcio Scalercio.
Diante dessa situação de estagnação, o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim AlZeben, acredita que “seja hora de o mundo, como testemunha da boa vontade palestina, ver que (a postura atual) não está adiantando”.
Alzaben garante que a decisão palestina de pedir um lugar à ONU não tem por objetivo afrontar Israel. Não é uma questão de, segundo ele, pedir que Israel seja expulso das Nações Unidas, e sim que mais um membro seja adicionado.
Por outro lado os israelenses definem a iniciativa palestina como um pular de etapas nas negociações entre as duas nações. O conselheiro político de Israel no Brasil, Leo Vinovezky, vê o pedido por vias legais como “tragicômico”, uma ironia depois de mais de 60 anos de conflitos.
“As fronteiras têm que ser decididas com os vizinhos. A paz com Israel não precisa ser uma imposição, porque ela é possível, se for bilateral”, afirma Vinovezky.
Em uma tentativa de dissuadir o presidente palestino , Mahmoud Abbas, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chamou o líder para conversar, voltar a negociar em vez de “perder tempo com medidas unilaterais e vazias”.
O grande argumento israelense, então, é que qualquer decisão que se refira à questão palestina precisa ser conversada entre as partes envolvidas no problema, ou seja, Israel e Palestina. Não é que a ajuda internacional não seja apreciada, pois, segundo Vinovezky, ela é muito bem-vinda. Mesmo assim, o conselheiro deixa claro o seu posicionamento: “com todo respeito à ONU, terceiros não podem impor acordos”.
O professor Márcio Scalercio, no entanto, não vê como os palestinos teriam outra alternativa.
“A Palestina é mais fraca que Israel, então quer compensar internacionalizando o processo de negociação”, explica.
Para o embaixador palestino no Brasil há, ainda, uma outra questão. Para ele,  a proposta de adesão da Palestina à ONU sequer tem relação com as negociações de paz.
“Nós sabemos com quem o debate tem que ser, mas a admissão palestina na ONU não é assunto israelense, e sim uma questão de soberania palestina”, rebateu Alzaben.
O próximo round

Ambas as nações, independentemente da aprovação da proposta palestina na sexta-feira, reconhecem que o caminho ainda é longo.
O conselheiro político Leo Vinovezky vê a Palestina como um Estado prematuro, que exige reconhecimento, mas não coloca fim às ameaças nas fronteiras.
“Se a Palestina quer ser parte do conselho das nações, ela tem que se tornar uma nação. Não pode ser nação de um lado e rede terrorista de outro. Temos interesse em vizinhos tranquilos”, afirma.
Ainda assim, o embaixador palestino, que também denuncia as violências por parte de Israel, garante que, mesmo com a possível derrota na ONU, a luta continuará nas bases do Direito Internacional.
De acordo com Alzaben, a Palestina está disposta até a receber forças da ONU e da Otan. A única coisa que, para ele, é inaceitável, é a presença de soldados israelenses. “Israelenses, só como vizinhos ou turistas.”

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