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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

'Lula perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado', diz presidente da CTB

SÃO PAULO e RIO - O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, reagiu à afirmação do ex-presidente Lula que, no Senegal, para participar do Fórum Social Mundial, chamou os sindicalistas de 'oportunistas' porque não concordam com o anúncio do governo, que enviará ao Congresso um projeto de lei com o valor fechado de R$ 545 para o salário mínimo. ( Leia também: Governo prepara projeto de lei para o salário mínimo até 2014 )
Ele está com a memória curta. Não somos oportunistas. Ele perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado
- Ele está com a memória curta. Não somos oportunistas. Ajudamos quando ele estava no governo e ajudamos a eleger a candidata dele à presidência. Ele perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado - disse Wagner, que na manhã desta segunda-feira participou, junto com mais cinco presidentes das centrais, de uma reunião para traçar os próximos passos da negociação.
Na reunião, os sindicalistas decidiram que aceitam adiantar parte do reajuste de 2012 e fechar em torno de R$ 560 o valor do mínimo, mas se chatearam ao perceber que estavam esperando à toa um novo encontro com o governo.
- Lula pode falar o que quiser. Ele não é mais o presidente. Nós queremos falar com a Dilma. Na campanha, quando o Serra prometeu aumentar o salário mínimo para R$ 600, Lula veio com Dilma a um comício em São Miguel Paulista e os dois garantiram que o mínimo teria aumento real. Portanto, oportunistas foram eles e não nós, sindicalistas - afirmou o presidente da CTB.
O presidente da CUT, Artur Henrique, disse que não comentaria diretamente uma fala do ex-presidente Lula, mas afirmou que ninguém está querendo mudar a regra do jogo.
- Só queremos ser tratados da mesma forma que os empresários e o setor financeiro foram tratados durante a crise. Da mesma forma que a crise exigiu medidas excepcionais, especialmente para os bancos privados, queremos que os trabalhadores sejam tratados da mesma forma - disse Artur, que mesmo sendo um dos menos hostis na negociação, deixou claro que existe disposição em negociar, mas a intransigência do governo com os R$ 545 está empatando tudo.
Para Antonio Neto, da CGTB, a briga no Congresso pode ser pior para o governo, lembrando da aprovação do fim do fator previdenciário que Lula teve que vetar, com grande desgaste.
- Eu topo adiantar o reajuste de 2012, a nossa deliberação é que pode ser isso, na faixa de R$ 560. Mas agora vamos aguardar - afirmou.
Para o presidente da CTB, combater a pobreza é dividir a renda e o salário mínimo é o maior instrumento para esta distribuição.
- Lamentamos muito que a Dilma esteja começando seu governo com este tipo de atitude de não conversar com as centrais - encerrou Wagner Gomes.

Grupo Especial não terá rebaixamento em 2011, e escolas atingidas por incêndio não serão julgadas

pelo incêndio que atingiu a Cidade do Samba na manhã desta segunda-feira - Grande Rio, União da Ilha e Portela - não serão julgadas por seus desfiles este ano. E o grupo especial do carnaval do Rio de Janeiro não terá rebaixamento em 2011. As decisões foram tomada pela Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) na noite desta segunda-feira. ( Veja mais fotos do incêndio )
Com isso, no ano que vem duas escolas serão rebaixadas, e apenas uma subirá, deixando o Grupo Especial novamente com 12 agremiações, como já acontece atualmente atualmente. Na reunião, ficou decidido ainda que a ordem dos desfiles será alterada, e a Portela, que desfilava na segunda-feira - assim como todas as outras escolas atingidas - sairá no domingo.
Os 12 representantes das escolas de samba do Grupo Especial se reuniram no início da noite desta segunda-feira, e após meia hora de reunião, se dirigiram para a sede da prefeitura do Rio, onde se encontram com Eduardo Paes, que deve aprovar a decisão
Mais cedo, o diretor geral da Liesa, Elmo José dos Santos, descartou a possibilidade de o incêndio ser criminoso. Segundo ele, bombeiros ainda preparam os laudos que vão apontar as causas do fogo. O dirigente da Liga acredita na hipótese de acidente. O prefeito da Cidade do Samba, Aílton Guimarães Jorge Júnior, informou que provavelmente o fogo partiu de uma das escolas atingidas e não do barracão da Liesa, onde haveria pouco material inflamável, incapaz de provocar um incêndio daquelas proporções. A princípio, a informação é de que o fogo teria começado no barracão da Ilha, embora a escola negue.
Funcionários dos barracões da Cidade do Samba atingidos pelo fogo relatam que os sprinklers (chuveirinhos ativados pelo fogo) não funcionaram durante o incêndio . Segundo um deles, o sistema está parado há dois anos. De acordo com outra pessoa que trabalha no local, que prefere não se identificar, quando as escolas apresentam algum problema, como um princípio de incêndio, é preciso ligar para Liesa, que aciona manualmente a bomba de água do barracão ameaçado. A assessoria de imprensa da Liesa negou o problema.
O incêndio, que começou, na manhã desta segunda-feira, destruiu o barracão da Grande Rio e da União da Ilha, além de parte do barracão da Portela e da sede da Liesa. A Grande Rio informou que perdeu quase todo o material para o desfile este ano. O prejuízo da escola foi calculado em R$ 10 milhões. Todas as outras agremiações não afetadas vão ajudar as três escolas atingidas . De acordo com Elmo, funcionários, como ferreiros e escultores, serão emprestados para a reconstrução do material perdido.

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