Bombeiros acampam para pedir aumento salarial e libertação de militares
Cerca de 30 homens do Corpo de Bombeiros passaram a madrugada de hoje (6) acampados em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), em mais um ato de protesto. A categoria, que reivindica aumento de salário e melhores condições de trabalho, também pede a libertação dos cerca de 400 militares que foram presos após invadirem o quartel central da corporação, no centro da cidade, no fim de semana.
Em nota oficial divulgada ontem (5), o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, voltou a repudiar o ato, classificando a entrada à força na unidade como “um gesto de imensa irresponsabilidade”.
Ontem, um grupo de aproximadamente 50 bombeiros realizou nova manifestação, caminhando em uma das faixas da Ponte Rio-Niterói. O grupo, que carregava faixas e cartazes, desceu de um ônibus e iniciou a marcha na altura do vão central. Após cerca de dez minutos, o protesto foi interrompido com a chegada de um veículo da concessionária responsável pela via. O grupo seguiu viagem no coletivo.
Na manhã de hoje (6), representantes da Associação de Soldados e Cabos do Corpo de Bombeiros, se reúnem na sede da entidade para analisar em que crimes os 439 bombeiros foram enquadrados e que medidas serão tomadas para soltar os militares presos.
O candidato nacionalista Ollanta Humala venceu as eleições presidenciais realizadas neste domingo (5) no Peru, segundo os primeiros números oficiais informados pelo Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE).
A chefe da ONPE, Magdalena Chú, informou os resultados após 75% das urnas apuradas, que indicam que Ollanta Humala obteve 50,09% dos votos, enquanto sua rival, Keiko Fujimori, recebeu 49,91%.
Magdalena Chú deixou claro que ainda restam chegar os números relativos às zonas rurais mais afastadas, onde se estima que Humala tem um apoio muito mais sólido que sua rival.
O departamento de Lima, que concentra cerca de um quarto dos eleitores do país e que já teve todas as urnas contabilizadas, distorce o panorama dos resultados, pois nele, Keiko obteve até agora 57% dos votos, contra 42% de Humala.
Isso significa que a estreitíssima margem de diferença registrada até agora deve aumentar conforme a apuração das urnas nas zonas rurais.
Dilma ouvirá Lula antes de decidir futuro de Palocci, afirma jornal
A presidente Dilma Rousseff vai consultar a opinião de seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a respeito da crise envolvendo o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. De acordo com informações do jornal “Folha de S. Paulo”, publicadas na edição deste domingo, ambos combinaram de se encontrar no final de semana para debater o assunto.
Dilma também deve se reunir com outros aliados antes de decidir se demite ou mantém Palocci na chefia da Casa Civil. No Palácio do Planalto, a avaliação geral é que as entrevistas do ministro à Folha e ao "Jornal Nacional", da TV Globo, foram dadas tarde demais.
Após quase três semanas sem falar com a imprensa, Palocci concedeu as entrevistas para dar explicações sobre sua evolução patrimonial. Reportagem da "Folha de S. Paulo", publicada em maio, mostrou que o ministro ampliou seu patrimônio em 20 vezes nos últimos quatros anos.
Lula chegou na sexta-feira ao Brasil, depois de uma viagem a Cuba e à Venezuela. Ele e Dilma tinham combinado conversar durante o fim de semana, algo que tem se tornado rotineiro.
Apoio e críticas
Ontem, o vice-presidente da Republica, Michel Temer, defendeu a permanência de Palocci no cargo e avaliou como “esclarecedoras” as entrevistas concedidas pelo ministro. A oposição, por sua vez, cobra mais explicações e pede a demissão de Palocci.
“A fala dele (Palocci) foi muito útil. Acho que foram eficientes as explicações”, avaliou Temer. "Temos muita confiança nele, no seu desempenho, nas possibilidades administrativas que ele tem de colaborar muitíssimo com o governo federal”, disse Temer ao chegar à Assembleia Legislativa de São Paulo na manhã de hoje para um encontro do PMDB.
Contudo, líderes da oposição afirmaram que apenas a entrevista não esclarece as dúvidas sobre a evolução patrimonial de Palocci. Para o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), as explicações não foram suficientes. “A crise se prolonga e é preciso um paradeiro. Sem explicações convincentes a crise não termina. O governo contaminado perde muito”, afirmou Dias.
Bactéria já matou 22 na Europa; broto de feijão pode ser origem
O Instituto Robert Koch (IRK) divulgou neste domingo que o número de mortes por complicações causadas pela bactéria Escherichia coli (E. coli) subiu para 22 (21 na Alemanha e um na Suécia) e que os casos confirmados somam 1.526, e autoridades disseram que a fonte do surto pode estar em brotos de feijão.
Autoridades do governo apontaram brotos de feijão como a causa do surto, e mais detalhes sobre as investigações devem ser anunciados numa coletiva de imprensa na noite deste domingo. Gerth Hahne, porta-voz da secretaria de Agricultura do Estado da Baixa Saxônia, adiantou ao jornal britânico "Guardian" que um alerta seria enviado imediatamente para que as pessoas evitem comer brotos de feijão na Alemanha.
Reinhard Burger, diretor do IRK, disse que do total de infectados 627 sofrem da síndrome hemolítico-urêmica, ou HUS e que os casos de contaminação podem subir a 2.500 caso outras suspeitas sejam confirmadas.
Em coletiva, o ministro da Saúde alemão, Daniel Bahr, defendeu a gestão da crise e disse que Hamburgo reagiu mais rápido e de forma mais eficiente do que em outros surtos de E. coli já registrados em outros países.
A oposição, no entanto, acusa o governo e diz que a crise poderia estar sendo controlada de forma mais enérgica.
Também neste domingo especialistas disseram ao jornal "Welt am Sonntag" que a bactéria pode ter se espalhado a partir de uma unidade de biogás. Durante o processo de fermentação de biogás, frequentemente novas bactérias se desenvolvem.
HOSPITAIS ALÉM DO LIMITE
Mais cedo, o ministro da Saúde disse que os hospitais da Alemanha estão tendo dificuldades para lidar com o enorme fluxo de vítimas da bactéria.
Os hospitais de Hamburgo, epicentro do surto que começou há três semanas, têm dispensado pacientes com doenças menos graves para poder atender às pessoas atingidas por uma cepa rara e extremamente tóxica da bactéria Escherichia coli (E. coli).
Marcus Brandt/Efe - 30.mai.2011 |
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Imagem mostra zona de isolamento de hospital UKE, em Hamburgo; surto de bactéria já matou 19 pessoas na Europa |
"Estamos enfrentando uma situação tensa em relação aos cuidados com os pacientes", disse Bahr ao jornal "Bild am Sonntag", no domingo. Ele acrescentou que hospitais fora de Hamburgo podem ser utilizados para compensar a "falta de leitos" na segunda maior cidade da Alemanha.
Um porta-voz do hospital Regio Clinics, o maior hospital particular do Estado de Schleswig-Holstein, que fica perto de Hamburgo, disse que a crise estava usando os recursos até o limite.
Ele disse ainda que "cirurgias para doenças não fatais estão sendo remarcadas. No entanto, parece que a situação está melhorando, já que agora temos apenas 60 pacientes que precisam ficar isolados, comparados com os 109 na sexta-feira."
GRUPOS
O Hospital Universitário de Hamburg-Eppendorf (UKE), que a Folha visitou anteontem (3), centraliza o atendimento aos casos mais graves da região.
"É uma situação que nunca confrontamos no passado", conta Jörg Debatin, diretor do UKE.
"É muito difícil fazer qualquer tipo de previsão quanto à epidemiologia. No fim de semana passado, vimos uma diminuição de infectados, só para sermos surpreendidos com um novo pico há alguns dias", afirma.
De acordo com Carolina Vila-Nova, enviada especial da Folha a Hamburgo, o hospital passou a dividir os pacientes em grupos, segundo a gravidade do quadro clínico. Dos cerca de 700 casos confirmados, o UKE acompanha entre 200 e 250.
O caso mais preocupante é o de 105 pessoas que desenvolveram a chamada síndrome hemolítico-urêmica, ou HUS, apresentando danos renais e neurológicos severos (como falência dos rins e ataques epilépticos) considerados irreversíveis.
Um terço está em unidades de tratamento intensivo e total isolamento. Respiram com a ajuda de aparelhos ou estão em coma. Um segundo grupo, com diarreia sanguínea e outras complicações, tem condições de internamento tradicionais, com diálises e transfusões.
Um terceiro grupo está em casa e tem a evolução da doença monitorada diariamente. O monitoramento é essencial: Hamburgo teve o caso trágico do paciente liberado por uma clínica e que morreu dias depois, em casa.
RESTAURANTE
O proprietário de um restaurante alemão cuja comida pode ter sido contaminada pela bactéria disse neste sábado que ficou devastado ao saber que muitos de seus clientes foram infectados.
Registrado na Europa, o surto da bactéria E. coli já causou 22 mortes até o momento.
"Foi como um golpe na cabeça quando eu ouvi a notícia", disse Joachim Berger em entrevista na cozinha de seu restaurante, em Lüebeck, a 60 quilômetros da cidade de Hamburgo, epicentro da doença.
"Nós fizemos todos daqui fazerem exames e tudo foi desinfetado. Eu mesmo paguei pelos exames, porque segurança é importante para os nossos clientes e funcionários", disse.
O jornal "Lübecker Nachrichten" noticiou que cientistas haviam identificado o restaurante local como um possível foco, de onde a bactéria foi transmitida após a morte de uma pessoa e o adoecimento de 17, incluindo um grupo de fiscais tributários alemães, turistas dinamarqueses e uma criança do sul da Alemanha.
"O restaurante não tem culpa nenhuma, mas é possível que a cadeia de fornecedores possa ajudar a determinar como o germe patogênico entrou em circulação", declarou o microbiólogo Werner Solbach, da Clínica Universitária de Lübeck, ao jornal.