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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Operário sobrevive a uma queda de 15 metros em prédio de Fortaleza


Ele quebrou duas costelas e está em recuperação no hospital Instituto José Frota

Um operário sobreviveu a uma queda de 15 metros de uma obra em Fortaleza, na manhã desta terça-feira (23). Francisco Moreira dos Santos, de 44 anos, estava instalando uma bandeja de proteção quando caiu. Ele quebrou duas costelas e está em recuperação no hospital Instituto José Frota (IJF).
Francisco Moreira dos Santos é servente e estava trabalhando na instalação de uma bandeja de proteção – estrutura de segurança que serve para aparar objetos que podem ocasionalmente cair do alto da obra. Ele estava usando o cinto de segurança, mas isso não evitou a queda. O sindicato afirma que o equipamento rompeu na hora. Já a construtora responsável pela obra diz que o cinto não estava enganchado como deveria.
Cerca de 600 funcionários trabalham na construção, localizada na Aldeota, bairro nobre da cidade. Trata-se de um condomínio residencial com uma torre de 22 andares. Segundo a diretora comercial da construtora, a obra tem a supervisão de um engenheiro com especialidade em segurança do trabalho e conta com supervisores. Ela alegou ainda que o treinamento para prevenção de acidentes mais recente aconteceu há duas semanas e que eles são periódicos.
O sindicato

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza (STICCRMF) afirma que a construtora responsável pela obra foi negligente. Segundo o diretor-executivo da entidade, Francisco das Chagas Gonzaga, o operário não está habilitado para trabalhar na função de carpinteiro, que desempenhava no momento do acidente. “Por não ter experiência, houve um desequilíbrio e ele caiu”, explicou Gonzaga.
De acordo com a diretora comercial e de marketing da C. Rolim Engenharia, Ticiana Rolim, não houve desvio de função. Ela disse à reportagem do iG que o trabalhador era servente e atuava como ajudante de carpinteiro, mas não soube informar se ele estava sendo supervisionado. “Ele caiu com o cinto, mas o cinto não estava sendo usado corretamente. Foi erro humano, isso acontece”.
O Sindicato das Empresas Construtoras do Ceará (Sinduscon) lamentou, em nota, o acidente e informou que irá se posicionar após a conclusão das investigações e emissões de laudos técnicos e periciais.
Conforme dados do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza, existem cerca de 300 canteiros de obras em Fortaleza atualmente. Somente no primeiro semestre deste ano, ocorreram 16 acidentes fatais e mais de 700 acidentes de trabalho nessas obras.

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