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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Laudo aponta que dois tiros em ônibus chegaram aonde estavam os passageiros


Relatório preliminar mostra que nenhum dos bandidos disparou dentro do coletivo

Rio - Laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) aponta que somente dois dos 14 disparos que atingiram o ônibus da linha Praça XV - Duque de Caxias, sequestrado na noite do último dia 9, chegaram ao interior do coletivo. Informações do relatório preliminar apontam que os dois tiros passaram na altura dos bancos, sendo que um atravessou o veículo saindo para a rua. Além disso, o laudo aponto que nenhum tiro foi disparado pelos bandidos no interior do coletivo.
Dentro do ônibus, os peritos recolheram fragmentos de munição, enquanto próximo ao eixo traseiro foram encontrados projéteis intactos, que serão comparados com os calibres das pistolas recolhidas dos dois PMS.O laudo conclusivo deve ser entregue em uma semana.
O sequestro

O ônibus que seguia da Praça XV para Duque de Caxias foi cercado pela polícia na Avenida Presidente Vargar, pista sentido Praça da Bandeira, no Centro do Rio, na terça-feira 9 de agosto. Quando o coletivo parou em um ponto, os criminosos entraram, pagaram a passagem e nem esperaram o troco. O motorista desconfiou, fez sinal para dois policiais e aproveitou para fugir. Cerca de 50 agentes da PM, do Batalhão de Policiamento de Choque e do Bope foram acionados para o local. Após duas tentativas de fuga, os pneus do coletivo foram furados. Com o ônibus parado, policiais armados de fuzis e pistolas se posicionaram do outro lado da pista. Houve um intenso tiroteio. Peritos dizem que foram mais de 10 perfurações no veículo.
Após 35 minutos de negociação, dois criminosos foram capturados e identificados como Renato da Costa Júnior, de 21 anos, e Bruno Silva Lima, de 19 anos. O terceiro preso, que  saltou do veículo com uma refém e depois fugiu, foi identificado como Jean Júnior da Costa Oliveira. Apontado como sobrinho do traficante Fernandinho Beira-Mar, Jean foi capturado quando deu entrada em um hospital particular. Um quarto bandido foi identificado por fotos do banco de dados da Polícia Civil como Clerivan da Silva Mesquita e tem um mandado de prisão preventiva expedido contra ele. 
Cinco pessoas foram feridas. O caso mais grave é o de Liza Monica Pereira, baleada no tórax e está em estado grave com fraturas na costela e na clavícula e uma contusão no pulmão. Ela está no Centro de Terapia Intensiva do hospital e não há previsão de alta. Três outras vítimas foram atendidas de emergência no Hospital Souza Aguiar. O policial Marco Antônio Blanco também ficou ferido. Atingido na perna, ele segue internado no Hospital Central da Polícia Militar. 
O secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, assumiu que houve erro de abordagem dos policiais no caso mas destacou a negociação que aconteceu em seguida como bem sucedida. Para o comandante da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, os policiais militares quebraram o protocolo ao atirar contra o veículo com reféns, apesar do fato ter permitido que o ônibus fosse interceptado pela polícia. Os dois policiais que confessaram ter atirado contra o ônibus foram indiciados por lesão corporal, informou a delegada-adjunta da 6ª DP (Cidade Nova), Sânia Cardoso. Ainda segundo a delegada, caso alguma das pessoas atingidas morra, ambos podem ser indiciados de homicídio culposo. Os nomes dos agentes não foram divulgados.

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