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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Pimenta Neves é transferido para presídio em Tremembé, no interior de São Paulo


·         Policiais levam o jornalista Pimenta Neves para o presídio de Tremembé
Depois de passar a madrugada desta quarta-feira (25) em uma cela separada do 2º DP (Bom Retiro), no centro de São Paulo, Antônio Marco Pimenta Neves, 74, foi transferido para a penitenciária de Tremembé, a cerca de 150 km da capital.
O jornalista foi preso na noite de ontem pelo assassinato da também jornalista Sandra Gomide, depois de se entregar à Justiça. O crime aconteceu há 11 anos, em agosto de 2000, em um haras na cidade de Ibiúna, no interior do Estado.
Na época do crime, o casal tinha rompido um relacionamento de quase três anos. Pimenta foi diretor de redação e Sandra editora do caderno de Economia no Grupo Estado. Ela foi morta por dois tiros.
Segundo informações da unidade policial, Pimenta Neves ficou sozinho na cela do Bom Retiro. "Não temos como dizer se ele comeu, se ele dormiu, porque não ficamos monitorando os presos. Nossa obrigação, de dar comida, foi feita", disse um policial do DP.
O jornalista teria passado a noite andando de um lado para o outro dentro da cela, que tem apenas colchonetes, e recusado o café da manhã. Ele está com as mesmas roupas que chegou ao 2º DP.
Segundo a advogada do jornalista, Maria José da Costa Ferreira, que esteve na delegacia do Bom Retiro para levar comida ao seu cliente, ele estava "tranquilo dentro do possivel".
"Ele não fez nenhuma reclamação da delegacia, mas eu constatei que o lugar onde ele está é desumano", afirmou. Ela, que alega que o jornalista teve "um momento de insanidade", ainda não entrou com pedido para que Pimenta Neves cumpra prisão domiciliar e disse que vai esperar pela avaliação médica que será feita em Tremembé.
O presídio para onde ele será levado também abriga Alexandre Nardoni, condenado pela morte da filha Isabella, os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, condenados por matar os pais de Suzanne von Richthofen, e Lindemberg Alves Fernandes, que matou a ex-namorada Eloá Pimentel.

Recurso negado

Pimenta Neves se entregou na noite de ontem à polícia, que foi até a porta de sua casa, na Chácara Santo Antônio, zona sul de São Paulo, para prendê-lo. Os policiais conduziram o criminoso até o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), no centro.
Ao chegar ao local, o jornalista foi questionado por uma repórter sobre o que o teria convencido a se entregar. “Não precisou [que me convecessem a me entregar], estava esperando", disse ele, sorrindo.
O STF (Supremo Tribunal Federal) negou, por unanimidade, o último recurso do jornalista e determinou que ele fosse preso imediatamente.
Relator do caso na Corte, o ministro Celso de Mello havia indeferido um agravo de instrumento que fora ingressado pela defesa de Neves com a finalidade de contestar no STF a condenação pelo assassinato. 
Na sessão, a ministra Ellen Gracie sugeriu a Mello que determine ao juiz da comarca de Ibiúna da imediata execução da sentença. “É chegado o momento de cumprir a pena”, enfatizou o ministro relator, referindo-se ao esgotamento de possibilidade de recursos possíveis por parte da defesa. A decisão também será oficialmente comunicada ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) e ao TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo). 
Em nota, o Supremo destacou avaliação feita hoje pela ministra Ellen Gracie --para a qual o caso Pimenta Neves é um dos crimes mais difíceis de se explicar fora dos tribunais. “Como justificar que, num delito cometido em 2000, até hoje não cumpre pena o acusado?”, questionou a ministra, para quem a quantidade de recursos apresentados pela defesa do jornalista foi exagerada, apesar de legais. O ministro Carlos Ayres Britto emendou: o número de recursos beira o “absurdo” e protelou a decisão final.
Os ministros da Segunda Turma fizeram questão de frisar que a instituição nunca concedeu habeas corpus para impedir a prisão do jornalista até o trânsito em julgado da condenação.

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