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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Tiros e violência tomam capital da Líbia, dizem testemunhas

A capital da Líbia, Trípoli, vive um dia de violência intensa. A rede americana de TV CNN transmitiu ao vivo o relato de testemunhas que dizem que há disparos, inclusive de franco atiradores, contra pessoas que tentaram manifestar durante as tradicionais orações muçulmanas de sexta-feira.
O jornal parisiense Le Figaro também destacou relatos de intensificação da violência ao mesmo tempo em que sustenta informações de que os rebeldes estão cada vez mais perto de Trípoli, com armamento deixado pelos militares e com tanques abandonados pelo caminho.
A cidade de Zawyia, palco de batalha nesta quinta-feira (24) já está completamente nas mãos dos manifestantes, informou o jornal americano The New York Times. Com isso, Trípoli fica “cercada” pelo leste e oeste pelos manifestantes.
Segundo o jornal líbio Quryna, 23 pessoas morreram e ao menos 44 ficaram feridas no ataque das forças de segurança contra a cidade, que tem a maior refinaria de petróleo do país.
Com o risco de mais violência, o fluxo migratório continua. O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, pediu aos cerca de 500 britânicos que ainda não puderam ser retirados do país que tentem deixar a Líbia. Ainda há brasileiros no país, que sofreram um atraso em sua partida.
A ONU (Organização das Nações Unidas) se mostrou preocupada com a situação na Líbia. O órgão para aalimentação destacou que o país, que praticamente importa toda sua comida, pode ficar sem alimentos. Gaddafi anunciou um "pacotão" de ajuda.
A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, denunciou nesta sexta-feira um crescimento "alarmante" da repressão à rebelião, que pode ter deixado "milhares de mortos e feridos".
- Em aberta e contínua violação das leis internacionais, a repressão das manifestações pacíficas na Líbia se intensifica de forma alarmante, com notícias de massacres, detenções arbitrárias, detenções e torturas de manifestantes. De acordo com algumas fontes, podem ser milhares de mortos ou feridos.
Ela fez as afirmações no início de uma sessão especial do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas que vai examinar a situação na Líbia. Os 47 membros do Conselho se pronunciarão ao fim da reunião sobre um projeto de resolução que pede a exclusão da Líbia deste organismo da ONU, do qual o país faz parte desde maio de 2010.
ONU e EU discutem sanções contra o país
O Conselho de Segurança da ONU se reunirá em Nova York para discutir medidas de pressão sobre Gaddafi, que ignora os apelos para dar fim à brutal repressão dos protestos.
O ditador de 68 anos, no poder desde 1969, acusou nesta quinta-feira (24) os manifestantes de terem vínculos com a rede terrorista Al Qaeda e de agir sob o efeito de drogas.
Gaddafi não costuma se adequar a normas internacionais. O ditador foi até mesmo acusado nesta semana por um ministro de ter ordenado um atentado terrorista em 1988.
Já a chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Catherine Ashton, exigiu nesta sexta-feira sanções contra o regime do ditador líbio para que o banho de sangue contra os manifestantes que exigem a queda do regime chegue ao fim.
- É hora de considerar o que chamamos de medidas restritivas, o que podemos fazer para garantir que estamos pressionando tanto quanto é possível para tentar interromper a violência na Líbia e ver o país seguir adiante.
As sanções propostas incluem o congelamento dos bens no exterior e a proibição de viagens ao exterior para membros do regime de Gaddafi.
O Comitê de Segurança e Defesa da UE, assim como os ministros da Defesa, reunidos em Godollo, Hungria, analisarão as sanções o mais rápido possível, segundo Catherine.

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