Sábado 05 de Fevereiro_ “Grande é a messe, mas poucos são os operários. Rogai ao Senhor da messe que mande mais operários para a sua messe!”(Lc 10,2). Sob essa passagem bíblica, o Papa Bento XVI destacou, na Missa deste sábado, 5, o particular momento da história da humanidade, no qual os homens ao mesmo tempo que viram as cosas para Deus, anseiam por justiça, amor, paz, e também desejam que a pobreza e o sofrimento sejam superados, encontrando assim a felicidade.
“Todo esse anseio é presente no mundo de hoje, o anseio por aquilo que é grande, por aquilo que é bom. É a nostalgia do Redentor, de Deus mesmo, também ali onde Ele é negado”, ressaltou o Papa durante esta Missa de ordenação episcopal de cinco sacerdotes: o salesiano Savio Hon Tai-Fai, como Secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos, Dom Marcello Bartolucci, Secretário da Congregação para as Causas dos Santos, Dom Celso Morga, Secretário daCongregação para o Clero, Dom Antonio Guido Filipazzi e Dom Edgar Peña Parra, núncios apostólicos.
E justamente neste momento histórico, Bento XVI salienta que se percebe que “são poucos os operários”. Mas ele lembra que esta não é uma questão de gestão, uma capacidade organizativa. Os operários só podem ser mandados por Deus. “Mas Ele os quer mandar por meio da porta da nossa oração. Nós podemos cooperar para a vinda dos operadores, mas podemos fazer somente cooperando com Deus”, explica.
Assim, trabalhar na messe de Deus significa levar aos homens a luz da verdade, libertá-los da pobreza de verdade, que é a real tristeza e real pobreza do homem, levando a eles a boa nova que não é somente uma palavra, mas um evento. “Deus, Ele mesmo, veio a nós. Ele nos pega pela mão, nos atrai para o alto, para si mesmo, e assim o coração partido é curado”, diz o Pontífice.
O Santo Padre salienta que a missão dos bispos, sacerdotes de Jesus Cristo, é ser operários na messa da história do mundo com a tarefa de curar, abrindo as portas para o culto a Deus, até que a vontade de Deus seja feita sobre a terra como no céu.
Unidade, comunhão e oração
Bento XVI recordou que o tema da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, sugerido pelas comunidades cristãs de Jerusalém, foi um trecho dos Atos dos Apóstolos, no qual Lucas quer ilustrar de modo normativo quais são os elementos fundamentais da existência cristã na comunhão da Igreja de Jesus Cristo, no qual ele se expressa dizendo que “perseveraram eles nas doutrina dos apóstolos, nas reuniões em comum, na fração do pão e nas orações” (At 2,42).
O Papa explica que perseverar no ensinamento dos Apóstolos significa que a fé tem um conteúdo concreto. “Não é uma espiritualidade indeterminada, uma sensação indefinível para a transcendência. Deus agiu e Ele mesmo falou. Certamente, a fé é, em primeiro lugar, um confiar-se em Deus, um relacionamento vivo com Ele. Mas o Deus o qual nos confiamos tem um rosto e nos deu a sua Palavra. Podemos contar com a estabilidade da sua Palavra. É a base segura sob a qual podemos construir a nossa fé e a nossa vida”, enfatizou Bento XVI.
Sobre o mistério da comunhão, o Santo Padre ressalta para que os cristãos vivam a comunhão com o coração, dia após dia, e que este seja o centro mais profundo daquele momento sagrado, no qual Deus mesmo se doa na Eucaristia. “A santa Eucaristia é o centro da Igreja e deve ser o centro do nosso ser cristão e da nossa vida sacerdotal. O Ressuscitado entra no meu íntimo e quer nos transformar e nos fazer entrar numa profunda comunhão com Ele. Assim me abro a todos os outros; nós, os muitos, somos um só pão e um só corpo”, disse o Papa recordando as palavras de são Paulo (cfr 1Cor 10,17).
Desta forma, Bento XVI enfatiza a dedicação na celebração da Eucaristia, que ela seja feita com um fervor sempre mais profundo, e que os cristãos deixem, assim, serem moldados por ela.
“A oração, por um lado, deve ser muito pessoal, um unir-me no mais profundo a Deus. Deve ser minha luta com Ele, a minha busca por Ele, o meu agradecimento a Ele e a minha alegria nEle”, elucida o Papa. Mas, no entanto, Bento XVI enfatiza que esta não é nunca algo privado no próprio 'eu' individual. “Orar é essencialmente também um orar sempre em 'nós', filhos de Deus. Somente este 'nós' somos filhos do nosso Pai, como o Senhor nos ensinou a rezar. Somente este 'nós' nos abre ao Pai”, elucida.
De uma parte, ele lembra que a oração deve se tornar sempre pessoal, buscando tocar e penetrar sempre mais profundamente o núcleo do nosso 'eu'. Ele explica que neste nutrimento da comunhão entre os orantes, da unidade do Corpo de Cristo, realmente os cristãos começam a dar forma ao amor de Deus.
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