O Banco Central reduziu a projeção de crescimento do PIB de 4% para 3,5% neste ano, com maior preocupação com a desaceleração internacional. Já a previsão de inflação foi elevada para 6,4%.
O Banco Central (BC) revisou para baixo sua previsão para o crescimento do Brasil neste ano, estimando um maior impacto de uma desaceleração nas principais economias mundiais. No entanto, a autoridade monetária elevou a estimativa de inflação, admitindo uma maior chance de descumprimento da meta.
O centro da projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 6,4% no final deste ano, segundo a estimativa divulgada no Relatório Trimestral de Inflação. No último relatório, publicado em junho, a estimativa era que o IPCA encerrasse o ano em 5,8%.
Segundo a estimativa da autoridade monetária, há uma probabilidade de 45% de que a inflação supere o topo da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta de inflação está definida em 4,5%, com uma margem de tolerância de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Em junho, a chance de romper o teto da meta era avaliada em 22% pelo BC.
Para justificar a elevação, o BC afirmou que as taxas de inflação nos meses recentes superaram as expectativas. Segundo a autoridade monetária, a inflação acumulada em 12 meses deve acelerar para 7,2% em setembro, antes de recuar para 6,4%.
Para o próximo ano, a projeção para a inflação ficou em 4,7%, 0,1 ponto abaixo do cenário de junho. O centro da meta de 4,5%, segundo as projeções, deverá ser atingido apenas no segundo trimestre de 2013.
Contudo, a autoridade monetária divulgou um "cenário alternativo", projetando o impacto da desaceleração da economia global no Brasil.
Para o BC, a atual crise será mais prolongada do que a anterior, ainda que "menos aguda", e o modelo utilizado pela entidade estima que o efeito da crise terá 25% da intensidade que foi observada na crise de 2008.
Segundo a instituição, a desaceleração mundial deve atingir o Brasil via um menor comércio exterior, preços mais baixos de importações e maior volatilidade externa nos mercados financeiros.
"Nesse cenário alternativo, a atividade econômica doméstica desacelera e, apesar de ocorrer depreciação da taxa de câmbio e de haver redução da taxa básica de juros, entre outros, a taxa de inflação se posiciona em patamar inferior ao que seria observado caso não fosse considerado o supracitado efeito da crise internacional", diz o documento.
A preocupação com a crise foi uma das razões que motivaram o BC a rebaixar a previsão para o PIB em 2011. Para a autoridade monetária, a economia vai crescer 3,5% em 2011, sendo que no relatório anterior a estimativa era de 4%.
O BC observa que os indicadores mundiais preveem um arrefecimento da atividade nas principais economias mundiais.
"O ambiente econômico internacional mais restritivo tende a permanecer por um período mais prolongado do que se antecipava", diz o relatório.
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