O diretor Keith Allen defendeu nesta sexta-feira (13) seu filme sobre a morte da princesa Diana, em meio a acusações de que o documentário seria um ataque unilateral contra o que ele chamou de "establishment" britânico e que teria sido integralmente financiado por Mohamed al-Fayed.
Empresário cujo filho Dodi morreu ao lado de Diana em um acidente de carro em Paris em 1997, Fayed sustenta há muito tempo que o casal foi morto por ordem do marido da rainha Elizabeth, príncipe Philip, e acredita que a família real não queria que Diana se casasse com um muçulmano.
Em uma coletiva de imprensa em alguns momentos caótica em Cannes, onde Allen está lançando o documentário "Unlawful killing" fora do festival oficial de cinema, o diretor descreveu o documentário como "forense"' descrição questionada por alguns dos presentes.
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O filme foca em parte sobre o inquérito sobre a morte de Diana realizado em 2007/08 e argumenta que a imprensa britânica não refletiu corretamente as conclusões do inquérito, devido a pressões indiretas da família real.
"Achei importante que o público pudesse entender de maneira forense o que aconteceu no inquérito", disse Keith Allen, mais conhecido como ator de televisão britânico, falando a repórteres em Cannes.
"Eu não quis ser sensacionalista. Não acho que seja um filme sensacionalista. Acho que é uma análise muito forense de um processo legal britânico e acho que revela certas coisas que não 'batem'", disse o diretor.
"Acredito que essas coisas devem ser questionadas. Foi por isso que fiz o filme. Espero que ele mostre às pessoas que nada é o que parece ser", completou Allen.
Financiamento questionado
Allen foi criticado diretamente por um jornalista por não ter deixado claro que o filme foi financiado integralmente por Fayed, no valor de US$ 4,1 milhões, cifra essa citada por um homem que afirmou ser representante de Fayed, que não estava em Cannes para apresentar o filme.
Allen foi criticado diretamente por um jornalista por não ter deixado claro que o filme foi financiado integralmente por Fayed, no valor de US$ 4,1 milhões, cifra essa citada por um homem que afirmou ser representante de Fayed, que não estava em Cannes para apresentar o filme.
"Ele deu o dinheiro, porque ninguém mais se dispôs", disse Allen. "Se eu pudesse ter obtido o dinheiro de outra fonte, eu o teria feito. Mas não consegui. Consegui dele".
Investigações das polícias francesa e britânica concluíram que as mortes de Diana e Dodi foram fruto de um acidente trágico provocado por um motorista que dirigia em alta velocidade e que se descobriu que estava embriagado. As duas investigações rejeitaram as teorias de Fayed.
Indagado o que há de novo em "Unlawful killing", Allen disse: "Acho que não há tanta coisa que seja nova".
"Existe em nosso país um velho ditado segundo o qual os segredos mais bem guardados estão nas estantes da Biblioteca Britânica. Estão todos lá, basta você ir procurá-los".
'Meu filme não é um ataque à monarquia. Na realidade, ele questiona o papel do establishment, e, ao fazê-lo, vai deixar claro que existem ligações entre a real Casa de Windsor e o establishment".
O documentário inclui uma foto de Diana morrendo após o acidente, elemento que a imprensa britânica focou nos últimos dias, embora Allen tenha minimizado sua importância.
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