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sexta-feira, 11 de março de 2011

Cuidar dos rins evita osteoporose e infarto

Coração, ossos e rins têm suas funções relacionadas.


Não basta saber onde encontrar a dose certa de cálcio para estar livre da osteoporose. Além da alimentação adequada, é preciso estar atento ao funcionamento dos rins, pois ele está ligado ao metabolismo ósseo e ao coração.

Se os rins perderem uma porcentagem significativa de suas funções, algo esperado com o avanço da idade, a perda de massa óssea será mais rápida que o esperado na vida adulta. “Os rins são necessário para ativar a vitamina D e, sem ela, o organismo perde cálcio”, explica o nefrologista Daniel Rinaldi dos Santos, presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).



Para piorar, o coração também está ligado ao equilíbrio entre rins e ossos. A contração da musculatura cardíaca, assim como de qualquer músculo, requer cálcio no sangue. Se a substância faltar por insuficiência renal, o metabolismo do corpo acelera a queima do estoque natural do organismo, o esqueleto, para manter o coração batendo.

Tudo acontece sem avisos aparentes no corpo. Osteoporose e osteopenia (estágio inicial da doença) são quase totalmente assintomáticas e atingem sete vezes mais mulheres. Os primeiros sinais surgem apenas quando o problema já está avançado, próximo a consequências graves, como fraturas no fêmur ou na bacia. Assim, as quedas que afetam 30% dos idosos, passam a ser ainda mais perigosas.

A perda de função renal também é silenciosa. Ela pode se transformar em doença renal crônica e requerer diálise ou transplante renal. Ou ainda, o primeiro sinal do desequilíbrio no organismo pode surgir com lesões no coração e causar infarto.

Este é o alerta que a SBN faz em sua campanha “Proteja seus Rins, Salve seu Coração”, lançada hoje (10), no Dia Mundial do Rim.

Envelhecimento

A preocupação com o trio rins, ossos e coração aumenta conforme a população brasileira vive mais. É natural e inevitável esperar uma queda nas funções renais e perda de massa óssea com o avanço da idade.

No caso das mulheres, a perda de massa óssea é acentuada pela menopausa, momento em que há redução na produção de estrógeno. Tal hormônio exerce papel importante no esqueleto feminino e sua produção em menor escala após a menopausa pode acelerar em até três vezes a perda óssea.

A perda de cálcio pelos ossos pode ser agravada ainda mais pela falência renal. Em levantamento recente, a SBN revela que o problema está se tornando mais comum em mulheres, elas já representam 43% dos pacientes com doença renal crônica.

Coração ameaçado

Conforme a mulher perde sua função renal, isso gera um processo inflamatório que interfere no metabolismo de cálcio e provoca acúmulo de fósforo no organismo. “Ambos os fatores contribuem para a calcificação dos vasos sanguíneos e aumentam o risco de infarto”, explica o nefrologista

Além disso, o médico lista outros problemas que a insuficiência renal desencadeia, atingindo o coração. “Anemia, edema (inchaço), piora do controle da pressão arterial e elevação dos níveis de gordura no sangue (colesterol e triglicerídeos)”, diz ele.

Diabéticos e hipertensos

No topo do grupo de risco estão os diabéticos e hipertensos, problemas que podem prejudicar o funcionamento renal e acelerar a perda de suas funções.

A entidade médica recomenda em sua campanha dois exames simples e baratos, ambos cobertos pelo SUS, para detecção precoce de alterações renais. “É a dose de creatina no sangue (exame de sangue) e a proteína na urina (exame de urina)”, fala o nefrologista.

Os exames devem ser incluídos na rotina anual de acompanhamento da saúde, junto aos exames necessário para homens, mulheres e na terceira idade.

Existem medicações e dietas capazes de desacelerar a perda de função renal, mas não há como recuperar o que foi perdido. A melhor forma de prevenção está no controle dos principais fatores de risco, a hipertensão e o diabetes. Tais problemas requerem dieta com menos sal e mais exercícios.

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