Seguidores de Bashar al Assad mataram duas pessoas nesta segunda-feira, segundo ativistas, horas depois de o presidente sírio rejeitar os apelos ocidentais por sua renúncia e alertar que qualquer ação militar contra o seu país sairá pela culatra.
A ONG chamada Observatório Sírio de Direitos Humanos disse que pistoleiros simpáticos ao governo, conhecidos como "shabbiha", fizeram disparos em Masyaf (centro do país) quando celebravam declarações de Assad pela TV. Duas pessoas morreram e quatro ficaram feridas. Eles também atacaram lojas pertencentes a opositores do regime, segundo o Observatório.
A ONU disse que cerca de 2.000 civis já morreram em cinco meses de repressão a protestos pró-democracia na Síria. Na semana passada, EUA e União Europeia defenderam publicamente a renúncia de Assad, mas sem propor nenhum tipo de ação militar.
Assad disse que a Síria não cederá à pressão externa, a qual, segundo ele, afetaria apenas "um presidente fabricado nos Estados Unidos e uma gente subserviente que recebe ordens de fora".
"Quanto à ameaça de ação militar (...), qualquer ação contra a Síria terá maiores consequências (para quem as realizar), maiores do que eles podem tolerar", disse Assad em entrevista transmitida no domingo pela TV síria.
Ele afirmou que a segurança se complicou mais pela ação dos militantes nas últimas semanas", mas que o governo "é capaz de lidar com isso". "Não estou preocupado", acrescentou.
O presidente também manteve a promessa de eleições parlamentares em fevereiro, depois de uma série de reformas que permitiriam a participação de outros partidos além do seu, o Baath.
A oposição manifesta ceticismo com as promessas de reformas políticas, e muitos adversários do governo rejeitam a convocação de Assad para um diálogo nacional, alegando que não pode haver discussões enquanto as forças de segurança estiverem matando manifestantes.
Buscando se unificar, dirigentes oposicionistas se reuniram na Turquia para criar um amplo conselho que os represente. "As discussões estão mais focadas em trocar as quotas por um conselho mais baseado no mérito", disse o participante Wael Merza à Reuters. "Esperamos chegar a um consenso quanto à lista de nomes até o final desta semana."
O governo sírio atribui a violência a grupos armados, e diz que mais de 500 soldados e policiais já foram mortos desde o início dos distúrbios, em março.
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