Dilma nega imobilismo e diz que escolheu Gleisi sozinha
São Paulo - Depois de enfrentar três semanas de desgaste e ouvir críticas de imobilismo e falta de habilidade política, a presidente Dilma Rousseff aproveitou a despedida de Antonio Palocci da Casa Civil ontem - até então o homem forte do governo, da cota do ex-presidente Lula - para tentar demonstrar reação e retomada do controle do governo. Enfatizou, ainda, que coube a ela própria encontrar a saída para a crise. "Jamais vamos ficar imobilizados diante de embates políticos, pois sabemos travar o embate e, ao mesmo tempo, governar", disse a presidente.
Em solenidade no Planalto, ela fez questão de dizer que escolheu sozinha a senadora Gleisi Hoffmann para substituir Palocci na Casa Civil: "Assim como estou triste pela saída de um parceiro de luta, não posso deixar de afirmar que estou satisfeita pela solução que encontrei para assegurar a imediata continuidade do trabalho do gabinete civil da Presidência da República".
Ao contrário de quase todos os pronunciamentos anteriores no Planalto, a presidente não citou Lula. No momento em que a demissão de Palocci é vista como verdadeiro início da gestão Dilma por setores políticos, a falta de referência ao antecessor foi observada por assessores de governo. Em alguns dos 58 discursos feitos no Palácio e durante viagens, ela chegou a citar o ex-presidente três vezes.
Sucessora de Palocci, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) enfatizou a importância da articulação política no governo, apesar de ter sido designada para controlar o aspecto gerencial do governo. "A política dá sentido à técnica, e esta qualifica a política", disse no discurso de posse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Jornais italianos criticam decisão do Supremo sobre Battisti
Impresa ressalta que o governo da Itália vai recorrer da decisão da Suprema Corte do Brasil, de acordo com os preceitos da Convenção de Viena
Brasília – O Corriere Della Sera e o La Repubblica, dois dos principais jornais da Itália, deram destaque hoje (9) à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de rejeitar a extradição do ex-ativista político Cesare Battisti e decidir por sua libertação imediata. Para o Corriere Della Sera, foi uma “derrota dupla” para a Itália. O La Repubblica diz que a decisão contraria a Convenção de Viena.
Nas capas dos dois jornais, a foto destacada é de Battisti acenando – como se fosse uma despedida – de dentro do carro que o levou do Presídio da Papuda, onde estava preso desde 2007, para um hotel em Brasília. Na Itália, ele é acusado de participar do assassinato de quatro pessoas.
Os jornais italianos ressaltam que o governo do país vai recorrer da decisão da Suprema Corte do Brasil, de acordo com os preceitos da Convenção de Viena. Destacando a entrevista do advogado Nabor Bulhões, que defende os interesses da Itália, os jornais afirmam que a sentença do STF descumpre a convenção, que rege os tratados internacionais.
Bulhões lembrou que há um tratado de extradição firmado entre o Brasil e a Itália, em 1989. Segundo o advogado, a decisão da Suprema Corte “vai prejudicar a credibilidade internacional do Brasil", de acordo com o Corriere Della Sera e o La Repbblica.
Paralelamente, o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, informou, em comunicado, que a decisão de não extraditar Battisti e libertá-lo não considerou as “expectativas legítimas” dos italianos. Para o ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, o caminho é recorrer da decisão do STF ao Tribunal Penal Internacional de Haia.
Ontem (8), depois de um longo julgamento na Suprema Corte, os ministros decidiram, por 6 votos a 3, pela libertação de Battisti. O ex-ativista deixou o Presídio da Papuda por volta da meia noite-noite e seguiu para um hotel. De acordo com os advogados dele, Battisti pretende ficar no Brasil e seguir a carreira de escritor.
Futebol: Em final dramática, Vasco conquista Copa do Brasil e coroa reações
Com mais uma boa atuação fora de casa e uma falha improvável do goleiro Edson Bastos, o Vasco conquistou, nesta quarta-feira, o título da Copa do Brasil. No Estádio Couto Pereira, a equipe foi derrotada pelo Coritiba por por 3 a 2 e, com a vitória por 1 a 0 obtida em São Januário, garantiu o título inédito, confirmando a reação de um time que, no começo do ano, não dava qualquer indício de sucesso para 2011.
O Vasco está de novo no topo, depois de ser humilhado por times de menor expressão no Campeonato Carioca e viver grave crise. Mais: o time volta ao topo depois de disputar a Série B de 2009. Desde então, a torcida esperava esse engrandecimento que parecia jamais chegar. Trata-se do primeiro título de primeira divisão desde 2003, quando foi campeão carioca.
Depois de dez anos, o Vasco garante vaga para a Copa de Libertadores - a última disputada foi em 2001, por conta do título da Copa João Havelange em 2000. Isso só foi possível pelo desempenho como visitante: longe de São Januário, o time garantiu a classificação contra Comercial-MS, Náutico e Avaí, além de encaminhar a vaga contra o Atlético-PR. Já o Coritiba perde chance de encerrar jejum de 26 anos - em 1985, venceu o Brasileiro, seu último título nacional.
O Vasco tem batido na trave na Copa do Brasil desde 2006, quando ficou com o vice-campeonato ao perder a decisão para o Vasco. Fez boas campanhas em 2008 e 2009, mas acabou eliminado na semifinal. A conquista também é relevante para o técnico Ricardo Gomes, que chegou ao clube depois de passagem sem brilho pelo São Paulo e acrescenta ao currículo sua primeira taça nacional.
"Foi uma vitória com cara de Vasco da Gama", afirmou o presidente do clube, Roberto Dinamite, ex-jogador e ídolo da torcida, que agora consegue a primeira conquista de expressão em sua administração.
O jogo
O Vasco começou melhor o confronto e se impôs no gramado do Estádio Couto Pereira durante a maior parte do primeiro tempo. Levou o primeiro susto do segundo jogo da final, quando Marcos Paulo cobrou falta aos 7min e Fernando Prass espalmou. Por outro lado, abalou o rival ao abrir o placar aos 11min. Diego Souza lançou Eder Luís pela direita, que tocou para o meio da área, onde Alecsandro bateu com força para marcar.
Como o Coritiba não conseguia reagir - falhava na marcação e não se encontrava no ataque -, Marcelo Oliveira mudou ainda no primeiro tempo. Aos 27min, Marcos Paulo saiu para a entrada de Leonardo. Dois minutos depois, o time começou a melhorar ao arrancar o empate, ganhando fôlego. Jonas recebeu cruzamento na segunda trave e escorou para o meio da área. Bill aproveitou e completou para as redes.
O Vasco não mudou sua postura e continuou pressionando, mas deu cada vez mais brecha para a virada do Coritiba, o que aconteceu no final da primeira etapa. Aos 43min, a zaga cruzmaltina se atrapalhou de novo em jogada de cruzamento e deixou Rafinha dominar e bater. Fernando Prass fez grande defesa, mas Davi ficou com o rebote e fuzilou, estufando as redes no segundo gol do time anfitrião.
O segundo tempo começou com os times mais tensos, dividindo com força nas disputas de meio-campo. Por duas vezes, entradas fortes do atacante Bill quase iniciaram brigas no gramado. Aos 12min, no entanto, uma falha de Edson Bastos complicou o Coritiba. Éder Luís bateu de fora da área. Encoberto pela zaga, o goleiro errou o tempo da bola e aceitou o gol de empate dos visitantes.
O abalo do time alviverde foi vencido também com um chute certeiro, de longe: aos 20min, Willian pegou rebote após corte da zaga vascaína, dominou e acertou um petardo no ângulo esquerdo de Fernando Prass. O gol reascendeu a disputa e jogou o Coritiba para cima do rival, reclamando de pênalti de Dedé aos 25min e lamentando boa jogada desperdiçada por Bill aos 28min - foi travado na hora do chute.
Enquanto Marcelo Oliveira colocou o time para frente com as entradas de Marcos Aurélio e Eltinho, o Vasco recuou de vez com as saídas de Diego Souza e Felipe, substituídos por Jumar e Bernardo. Os minutos finais foram de pressão do Coritiba, que quase marcou com Bill aos 39min, após Fernando Prass se atrapalhar, mas se recuperar. O atacante perdeu outra grande chance aos 44min.
Os quatro minutos de acréscimos assinalados pelo árbitro Sálvio Spinola Fagundes Filho foram dramáticos. O Coritiba tentou finalizar de longe, cruzou bolas na área e quase perdeu a paciência diante da enrolação dos jogadores vascaínos. Só não conseguiu marcar o gol que quebraria o jejum de 26 anos sem conquistas nacionais de primeira divisão. O título inédito ficou com o Vasco, que fez a festa em Curitiba.
Coritiba 3 x 2 Vasco
Gols
Coritiba:
Bill, aos 29min, e Davi, aos 44min do primeiro tempo; William, aos 21min do segundo tempo
Vasco:
Alecsandro, aos 11min do primeiro tempo; Éder Luis, aos 12min do segundo tempo
Bill, aos 29min, e Davi, aos 44min do primeiro tempo; William, aos 21min do segundo tempo
Vasco:
Alecsandro, aos 11min do primeiro tempo; Éder Luis, aos 12min do segundo tempo
Coritiba: Édson Bastos; Jonas, Demerson, Emerson e Lucas Mendes (Eltinho); William, Léo Gago (Marcos Aurélio), Marcos Paulo (Leonardo), Rafinha e Davi; Bill. Técnico: Marcelo Oliveira
Vasco: Fernando Prass; Allan, Dedé, Anderson Martins e Ramon; Rômulo, Eduardo Costa, Felipe (Jumar) e Diego Souza (Bernardo); Éder Luis e Alecsandro. Técnico: Ricardo Gomes
Cartões amarelos
Coritiba: Léo Gago, Bill e Leonardo
Vasco: Eder Luis, Eduardo Costa, Felipe e e Jumar
Coritiba: Léo Gago, Bill e Leonardo
Vasco: Eder Luis, Eduardo Costa, Felipe e e Jumar
Árbitro
Sálvio Spinola Fagundes Filho (Fifa/SP)
Sálvio Spinola Fagundes Filho (Fifa/SP)
Renda/público:
R$ 892.060,00/ 35.141 pagantes
R$ 892.060,00/ 35.141 pagantes
Local
Estádio Couto Pereira, em Curitiba (PR)
Estádio Couto Pereira, em Curitiba (PR)
Cinzas de vulcão chegam à Uruguaiana, no Rio Grande do Sul
A nuvem teria se deslocado para lá devido aos ventos persistentes na direção noroeste que sopraram na área do vulcão
São Paulo - Uma pequena porção da nuvem de cinza do vulcão chileno Peyehue-Caulle atingiu hoje o extremo sul do Brasil, na região de Uruguaiana (RS). Segundo o meteorologista Marcelo Seluchi, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), na foto de satélite apareceu uma faixa fina da nuvem misturada com a nebulosidade da região.
A nuvem teria se deslocado para lá devido aos ventos persistentes na direção noroeste que sopraram na área do vulcão. A faixa ficou por algumas horas no sul do país, mas se desloca aos poucos em direção ao oceano. As chuvas que atingem a região também ajudam a desfazer a formação.
De acordo com Seluchi, o vento noroeste pode continuar até quinta-feira, 9, portanto há possibilidade de novas passagens da nuvem pelo Brasil. Para a população, porém, o fenômeno deve passar quase despercebido, a não ser por certa alteração na cor do céu, conforme o Inpe. A nuvem passa a cerca de 10 km de altitude e o único impacto possível é em relação ao espaço aéreo.
Eleito presidente do Peru, Humala chega hoje ao Brasil
BRASÍLIA — Eleito presidente do Peru no último domingo (5), o nacionalista Ollanta Humala, de 48 anos, escolheu o Brasil para ser o primeiro país visitado por ele. Humala se reúne nesta quinta-feira (9) às 10h com a presidente Dilma Rousseff. O convite para ele vir ao Brasil foi feito no dia seguinte à sua vitória – segunda-feira, dia 6. Dilma pretende ir a Lima para a posse de Humala em 28 de julho. Humala deve passar o fim de semana em São Paulo, segundo assessores peruanos.
Do Brasil, Humala deve seguir para o Uruguai onde se reúne com o presidente José Pepe Mujica. Em seguida, irá à Argentina se encontrar com a presidenta Cristina Kirchner e ao Chile para reuniões com o presidente Sebastián Piñera. Não estão confirmadas, por enquanto, visitas à Bolívia, Colômbia, Venezuela e ao México.
Humala venceu a conservadora Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), em uma eleição disputada voto a voto. De acordo com o último boletim, divulgado às 3h41 de hoje pelo Escritório de Processos Eleitores do Peru (cuja sigla em espanhol é Onpe), do total de 99,9% das urnas apuradas, Humala obteve 51,4% dos votos contra 48,5% destinados a Keiko.
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