O forte tremor que voltou a assustar na quinta-feira os moradores da costa nordeste do Japão, devastada pela catástrofe de 11 de março, deixou quatro mortos e gerou ainda mais preocupação em relação às usinas nucleares da área.
Mas a central de Fukushima Daiichi, em risco, não foi afetada.
O sismo de magnitude 7,1, a réplica mais intensa do terremoto seguido de tsunami de 11 de março, que provocou mais de 27 mil mortos e desaparecidos, também foi sentido na capital, Tóquio, a 400 km do epicentro.
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O terremoto ocorreu às 23h32 (11h32 de Brasília), a uma profundidade de 49 km, segundo o Serviço Geológico dos EUA. O epicentro foi situado no Oceano Pacífico, 66 km a leste da cidade de Sendai (província de
Um alerta de tsunami foi divulgado imediatamente após o tremor nos arredores da cidade de Sendai, mas acabou cancelado após uma hora e meia sem que ondas anormais tenham sido registradas na costa.
Duas mulheres, de 83 e 63 anos, e dois homens, de 79 e 85, perderam a vida, enquanto mais de uma centena de pessoas ficaram feridas nas províncias de Miyagi e Yamagata, segundo as autoridades e a agência Jiji Press.
"Foi realmente assustador", disse Kazuyuki Shiroiwa, morador de Kitakami. "Senti o mesmo medo de um mês atrás. Estou farto de terremotos."
Os japoneses do nordeste vivem com os nervos à flor da pele há um mês, ao longo do qual centenas de réplicas foram registradas na região, após o terremoto mais forte da história do Japão, de magnitude 9.
Como muitos habitantes de Kitakami, Shiroiwa tentava comprar comida, água e baterias nesta sexta-feira em uma longa fila. Poucas lojas estão abertas, em uma cidade que ainda está sem energia elétrica.
O tremor de quinta-feira deixou três milhões de casas sem luz e voltou a causar transtornos nos transportes ferroviários, paralisando algumas linhas de trem de alta velocidade Shinkasen.
Uma série de "anomalias" foram detectadas na central nuclear de Onagawa, em Miyagi: a água da piscina de combustível usado de dois reatores transbordou, mas felizmente pouca água foi derramada. Além disso, o nível de radiação é muito inferior aos limites permitidos, segundo a Tohoku Electric Power, que opera a usina.
Na central de Fukushima Daiichi (N°1), situada mais ao sul, onde uma grave crise teve início após o terremoto de 11 de março, o tremor de quinta-feira não provocou danos, segundo a Tokyo Electric Power (Tepco) - que, entretanto, chegou a evacuar os técnicos que trabalhavam na usina por precaução depois do sismo.
Nesta sexta-feira, os trabalhadores continuam injetando nitrogênio no reator 1 de Fukushima para impedir uma explosão de hidrogênio.
A operação, que começou na quinta, deve durar seis dias, de acordo com a Tepco, que em seguida fará o mesmo nos reatores 2 e 3.
Quatro semanas após a catástrofe de março, a crise nuclear mais grave desde o acidente de Chernobyl, em 1986, ainda está longe de ser solucionada.
Segundo o NHK, escapamentos de gás e inundações foram observadas em algumas partes da cidade de Sendai.
A agência de notícias Jiji relatou cinco incêndios e 13 escapamentos de gás na cidade.
A China declarou-se preocupada nesta sexta-feira com o vazamento de água radioativa da usina nuclear, pedindo ao Japão que proteja o meio marinho.
"Como vizinhos do Japão, expressamos nossa preocupação, naturalmente. Esperamos que o Japão tome medidas eficazes para proteger o meio marinho, de acordo com a legislação internacional", disse Hong Lei, porta-voz do ministério das Relações Exteriores.
A China também fez um apelo ao Japão para que "comunique informações sobre o tema, em sua totalidade e com exatidão", acrescentou o porta-voz.
Fonte; G1.
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