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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Partido do governo vence eleições legislativas na Polônia

Premiê Donald Tusk bateu conservadores liderados por Jaroslaw Kaczynski.
Resultado abre caminho para mais 4 anos de reformas liberais.

O partido liberal Plataforma Cívica (PO), do primeiro-ministro Donald Tusk, venceu as eleições legislativas de domingo na Polônia com 37,47% dos votos, segundo resultados parciais após a apuração de 63,74% das urnas, divulgados nesta segunda-feira (10).
O PO supera o partido conservador de oposição Direito e Justiça (PiS) de Jaroslaw Kaczynski (30,61%) e o novato movimento de esquerda anticlerical Ruch Palikota (RP), que obteve 9,8% dos votos.
A taxa de participação na votação foi de 47,25%.

A vitória dá a Tusk apoio suficiente para renovar a sua aliança com o Partido dos Camponeses, seu parceiro de coalizão durante os últimos quatro anos, e fazer mais reformas.
"Quero agradecer a todos que votaram em nós e aos que não votaram, porque nós estaremos juntos levando responsabilidade à Polônia por mais quatro anos", disse Tusk a partidários em festa na sede do partido.
Espera-se que os mercados financeiros fiquem satisfeitos com os resultados, que apontam para mais quatro anos de relativa estabilidade econômica e política no maior país do Leste Europeu membro da União Europeia, em um momento de crise na zona do euro.
O resultado é uma vitória pessoal para Tusk, de 54 anos, um liberal conservador, pragmático, cujo partido seria o primeiro a ganhar a reeleição desde o fim do regime comunista em 1989, em um país de 38 milhões de habitantes.
Tusk precisa agora enfrentar o maior déficit orçamentário da Polônia, que deve chegar esse ano a 5,6% do PIB, ou enfrentar o risco de ver a Polônia ser rebaixada pelas agencias de classificação de risco.
Ele deve pedir ao Partido Camponês para refazer a coalizão que supervisionou os quatro anos de forte crescimento econômico e dirigiu a Polônia, tranquilamente, durante a crise global de 2008-2009.
Ele também é a favor de uma maior integração com o resto da União Europeia.
O pedido de Kaczynski para uma parada nas privatizações, por maiores impostos para os ricos e por uma postura mais combativa nas negociações com os parceiros da Polônia na União Europeia havia preocupado os investidores.
Um governo liderado por Kaczynski, de 62 anos, poderia provavelmente causar tensão nas relações da Polônia com seus dois maiores vizinhos, Rússia e Alemanha, como aconteceu quando ele esteve no poder de 2005 a 2007.
Kaczynski desconfia tanto de Moscou quanto de Berlim -- a Polônia foi dilacerada durante o pacto Nazista-Soviético antes da Segunda Guerra Mundial -- e despertou suspeitas durante a campanha eleitoral, ao repetir a sua visão de que Berlim estaria tentando subjugar a Polônia.
Tusk tem boas ligações pessoas com a chanceler alemã, Ângela Merkel e tem mantido uma aproximação cautelosa com Moscou, apesar das tensões sobre o acidente de avião que matou o então presidente Lech Kaczyniski, irmão gêmeo de Jaroslaw Kaczynski, no ano passado.

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