O livro de Tobias (em grego: τωβιτ; do hebraico: טובי, Tobih, "meu Deus"), é uma narração antiga de origem judaica, é um dos livros deuterocanônicos do Antigo Testamento da Bíblia católica e possui 14 capítulos.
O livro de Tobias foi considerado canônico pelo Concílio de Cartago em 397 e confirmado pela Igreja Católica Apostólica Romana no Concílio de Trento em 1546. Assim como os outros livros deuterocanônicos, o livro de Tobias não foi incluído na Bíblia Hebraica, ou Tanakh como também é conhecida. Apesar de não estarem na Bíblia Hebraica, tanto o livro de Tobias quanto os outros livros deuterocanônicos sempre fizeram parte da literatura hebraica, sendo eles estudados nas sinagogas, tendo um estimado valor dentro do judaísmo e para a história de Israel.
A Bíblia de Jerusalém relata que numa gruta em Qumrã (Manuscritos do Mar Morto) foram encontrados restos de quatro manuscritos em aramaico e de um manuscritos em hebraico do Livro de Tobias, e que ele figura no Cânon, no ocidente a partir do Sínodo de Roma de 382, e no oriente a partir do Concílio de Constantinopla, denominado "in Trullo", em 692.
Por outro lado, nem a Bíblia Hebraica, nem a bíblia protestante incluem o livro de Tobias e os outros livros deuterocanônicos.
Conteúdo
Há estudos que indicam que o Livro de Tobias foi escrito por volta do ano 200 aC e que não relata uma história real, pois os acontecimentos aí descritos dificilmente se enquadram na história desse período. O livro pertence ao gênero sapiencial e é uma espécie de romance ou novela, destinado a transmitir ensinamentos.
O livro conta a história de duas famílias judaicas aparentadas deportadas em Nínive, na Mesopotâmia e em Ecbátana na (Pérsia), Tobit chefe da família de Nínive fica cego e envia seu filho Tobias para cobrar uma dívida em uma cidade distante, durante a viagem, protegido pelo Anjo Rafael, Tobias encontra e casa com Sara, sua prima em Ecbátana, que era atormentada por um demônio que antes matara sete noivos na véspera do casamento. No retorno Tobit é curado.
O protagonista é um judeu justo e fiel a Deus, mostrando que a verdadeira sabedoria, o caminho para a fidelidade, consiste em amar a Deus e obedecer à sua vontade (mandamentos), independentemente das circunstâncias.
O livro foi escrito na época da dominação decorrente das conquistas de Alexandre que tentava impor a cultura, a religião e costumes helenistas, ameaçando a identidade do povo judeu, logo o livro busca reafirmar esta identidade ameaçada.
Entre os ensinamentos do livro, destacam-se a descoberta da providência divina na vida cotidiana (Arcanjo Rafael), a fidelidade à vontade de Deus (Lei), a prática da esmola, o amor aos pais, a oração e o jejum, a integridade do matrimônio e o respeito pelos mortos. O autor mostra, sobretudo, que o homem justo não vive sozinho: está sempre acompanhado e protegido por Deus.
Ensinamentos
§ Os conselhos dados por Tobit a seu filho Tobias (4,21;14:8-11)
§ A importância da família (1:8; 3:10.15; 4:3-4.19; 6:15; 14:3.8-9.12-13)
§ As boas obras e a fidelidade a Deus (1:8.12.16-17; 2:2.10; 3,15; 4:5.7-11.16; 14:8-11)
§ Justa retribuição (4,14; 5:3.7.10.15; 12:1)
§ Sepultar os mortos (1:17-18; 2:3-8)
§ Oração, nas mais diversas circunstâncias: (4,19; desespero 3:1-6.11-15; inquietude 8:5-8; alegria/gratidão 8:15-17, 14:3-7; louvor 3:2.11)
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