No comentário, Banco Central não cita mais o "período de alta suficientemente prolongado", sinalizando que pode interromper ciclo de aperto na próxima reunião
São Paulo – O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar novamente a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual. Com isto, a Selic, que estava no patamar de 12,25% ao ano, passa a 12,50%. Em seu comentário, o Copom não citou que considera manter os juros em alta por "período suficientemente prolongado", como na reunião anterior, sinalizando um possível fim do ciclo de aperto.
Este novo aumento dá sequência ao que o Banco Central (BC) se referia como um período “suficientemente prolongado” de aperto monetário para trazer as expectativas de inflação para 2011 e 2012 mais perto da meta.
A medida consolida a política monetária que vem sendo adotada desde o começo do governo Dilma. Além de anunciar um pacote de medidas macroprudenciais no último trimestre, o BC já promoveu quatro aumentos consecutivos nos juros.
Na última segunda-feira (18), o Boletim Focus, do BC, mostrou que as projeções do mercado para a inflação oficial em 2011 estão em 6,33%, portanto, bem perto do limite superior da meta (6,5%). Para 2012, a projeção do IPCA é de 5,20%.
O governo já espera que 2011 termine com inflação acima do centro da meta. O foco do Banco Central continua sendo segurar a inflação no ano que vem. Este novo aumento da Selic deve manifestar efeitos visíveis no comportamento da inflação perto do fim do segundo semestre.
Na próxima segunda-feira (25) o BC divulga novo Boletim Focus, trazendo a reação do mercado ao ajuste na Selic. Três dias depois, na quinta-feira (28), o BC divulga a ata da reunião do Copom. O documento mostra como a autoridade monetária enxerga o cenário econômico no Brasil e no mundo, e apresenta as justificativas para o aumento dos juros.
Ao fim da reunião, o Banco Central emitiu a seguinte nota: "Avaliando o cenário prospectivo e o balanço de riscos para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, neste momento, elevar a taxa Selic para 12,50% a.a., sem viés."
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