MINSK (Reuters) - Uma explosão atingiu uma estação de metrô no centro da capital de Belarus no horário de pico, no fim da tarde de segunda-feira. Para o presidente Alexander Lukashenko, o incidente que matou 11 pessoas em Minsk se tratou de uma tentativa de desestabilizar o país.
A explosão aconteceu às 18h (horário local) na plataforma da Oktyabrskaya, uma das mais movimentadas da cidade, a cerca de 100 metros da principal sede presidencial.
'Havia sangue por todo lado, manchas e poças. Eu vi pedaços de carne. Foi terrível', afirmou um homem de 47 anos, que se identificou apenas como Viktor.
'Procuradores qualificaram isso como um ato terrorista', afirmou uma fonte no gabinete de Lukashenko.
Como a polícia colocou a capital em alerta máximo, Lukashenko, o líder que comanda o país desde 1994, disse que a explosão tinha ligação com outro incidente não resolvido em 2008, alegando que 'estão, talvez, ligados a uma única cadeia'.
'Temos de descobrir quem ganhou ao prejudicar a paz e a estabilidade no país, quem está por trás disso', ele disse em declarações transmitidas pela TV.
Lukashenko, que está em desacordo com os governos ocidentais por uma repressão policial sobre uma manifestação da oposição contra a sua reeleição em dezembro passado, disse: 'Eu não descarto que isso (a explosão) foi um presente do exterior'.
Ele foi citado pela agência de notícias Interfax dizendo que 11 pessoas foram mortas e 100 ficaram feridas. Uma fonte da administração presidencial disse mais tarde que 126 pessoas ficaram feridas.
A União Europeia e os Estados Unidos impuseram uma restrição de viagem contra Lukashenko e seus assessores mais próximos por causa dos confrontos de 19 de dezembro. Ele mesmo disse que a manifestação da oposição foi uma tentativa de complô financiada pelo Ocidente.
Lukashenko, em suas declarações, se referiu a julho de 2008 quando uma bomba feita em casa feriu cerca de 50 pessoas num concerto ao ar livre que ele assistia. O crime nunca foi resolvido.
Se a explosão foi um ato de violência deliberada, será um acontecimento bastante incomum em Belarus, uma ex-república soviética fortemente policiada com 10 milhões de habitantes, que faz fronteira com a Polônia, a Letônia e a Lituânia --países membros da União Europeia-- e ainda com a Rússia e a Ucrânia.
As vítimas foram retiradas da estação. Os feridos receberam tratamento médico no local e depois foram levados para o hospital.
Um correspondente da Reuters viu ao menos um morto no chão, coberto por um lençol. Um correspondente da agência de notícias Interfax disse ter visto dois corpos.
Um homem de 52 anos que disse se chamar Igor afirmou que um trem chegava à estação quando ocorreu a explosão na plataforma.
'As portas (do trem) abriram e então houve uma explosão', afirmou ele. 'Vi pessoas caídas no chão sem se mexer. Havia muito sangue.'
Outras testemunhas entrevistadas pelos meios de comunicação mencionaram a ocorrência de um clarão, um estrondo e fragmentos caindo do teto da estação de metrô.
A tensão política tem se mantido alta em Belarus desde a eleição de 19 de dezembro, que garantiu a Lukashenko um quarto mandato, para a insatisfação da oposição e do Ocidente, que denunciaram a eleição como fraudulenta.
(Reportagem de Andrei Makhovsky)
Fonte: G1.
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