O Brasil não tem um plano de contingência para esvaziar a cidade de Angra dos Reis caso problema semelhante ao da usina japonesa de Fukushima 1 ocorra. Em compensação, os reatores nucleares do país são de um tipo mais moderno do que os da usina avariada --e têm menor chance de falha. O plano de emergência de Angra estabelece retirada da população -12 mil pessoas no total- num raio de 5 km das usinas, o mínimo exigido pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Segundo Odair Dias Gonçalves, presidente da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), uma remoção em 20 km, como a feita no Japão, "começa a pegar a cidade de Angra e é mais complicada". Ele disse que o governo "vai pensar" em revisar o plano de emergência "de acordo com os dados que recebermos [sobre o Japão]". Apesar da deficiência na remoção, as usinas no Brasil têm elementos de segurança que Fukushima 1 não tem. O primeiro é geológico. "O Brasil está no meio de uma placa tectônica que se afasta de outra, o Japão está na borda de duas placas em colisão", afirmou Leonam Guimarães, da Eletronuclear. O segundo é técnico. Tanto Angra 1 quanto Angra 2 e 3 são reatores de água pressurizada (chamados PWR, em inglês). Já os de Fukushima 1 são de água fervente (BWR). "Reatores PWR têm mais barreiras contra liberação de radioatividade", diz Aquilino Senra, professor de engenharia nuclear da Coppe-UFRJ. O físico nuclear José Goldemberg, da USP, diz que o problema dos reatores nucleares de ambos os tipos é depender de um fator fundamental: se a água para de circular, as barras de combustível derretem. "Basta um defeito numa válvula. Dizer que Angra é seguro porque não tem tsunami é bobagem." |
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