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sábado, 29 de janeiro de 2011

A vida complicada de quem anda a pé

Enfia os pés na lama e leva banho de carro ligeiro. Desvia da sombrinha do vizinho e dá saltos arriscados por cima da poça. Em dia de chuva na Capital, pedestre respira fundo antes de sair de casaQuando amanhece chovendo, a configuração de alguns pontos de Fortaleza submerge quarteirões inteiros de calçada, forma poças de água suja no meio dos caminhos e submete pedestres a concorrer com veículos pelo direito indelével do ir e vir. A assistente social Germana de Castro, de 34 anos, atravessou as duas pistas da avenida Duque de Caxias, no Centro, mas parou na última faixa: poça de fundura insuspeita bloqueava o trajeto. Entre se enfiar na lama, saltar feito garça ou arrodear o obstáculo, optou pela última resolução.
 Caminhou entre carros por meia quadra, até a água acumulada na sarjeta ser de largura vencida por passada modesta, então pisou a calçada, onde estava encolhida a autônoma Maria Nunes, de 56 anos. Maria olhava o tempo bem próxima ao batente da loja, longe da pista e dos respingos dos carros. Sinal fechou, a senhora olhou para todos os lados, não vinham mais carros e atravessou paciente a rua.
Desviou de poças e não levou banho dos veículos desavisados. “Aprendi a andar em dia de chuva. Três anos atrás, quebrei o pé. As calçadas de Fortaleza somem quando chove. Algumas são mais escorregadias, perigosas. É sufoco”, relata à autônoma.
A consultora ambiental Laiane Batista, de 24 anos, foi ao Centro para matricular os irmãos na escola. Vestia calça jeans e sandália rasteira. Molhou tudo quando não se arriscou a saltar as poças nem a competir com os carros.“Andar na chuva em Fortaleza é nojento”, resume Laiane. O lixo nas ruas é o maior incômodo da consultora: “As pessoas sujam a cidade. Aí, quando chove, fica assim, péssimo”. A moradora do Benfica Socorro da Silva, de 50 anos, resume assim a ópera: “A gente não tem segurança de nada em dia de chuva, não sabe onde pisa. Os motoristas dirigem como se não estivesse chovendo e molham todo mundo. O lixo entope os bueiros. Evito sair de casa. Estou aqui, porque é o jeito”. Dia a dia
Sandálias havaianas, short, blusa e sombrinha formam o traje da balconista Iranice de Almeida, de 37 anos, em dias chuvosos. As calçadas dos dois quarteirões da avenida Duque de Caxias entre a Praça Coração de Jesus, no Centro, onde desembarca, e a farmácia onde trabalha desaparecem debaixo da água. 
Para não começar o dia com o uniforme encharcado, ela escolhe roupa velha e põe ao sacrifício. “Não tem opção. Enfio o pé na água. Quando chego, troco de roupa”, explica Iranice de Almeida.

Quem

ENTENDA A NOTÍCIA
Do lado de dentro dos carros, o congestionamento e a pressa. Do lado de fora, o zelo pela integridade do uniforme e a mesma pressa. Todo mundo quer ir ao trabalho. Ninguém quer se atrasar nem se molhar - muito menos de lama. Para os pedestres, é tudo um pouco mais complicado

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