NOVAS FORÇAS DA IGREJA
A RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA
O que é a RCC
O movimento carismático está marcado pela vinda do Espírito Santo narrada nos Atos dos Apóstolos, Cap.2l, quando os discípulos de Jesus, após sua ascensão, com medo, estavam recolhidos no cenáculo. Uma manhã, entre fragores e luzes, desceu sobre eles o Espírito Santo em forma de pomba e chamas, transformando aqueles rudes homens do povo que, reanimados, saíram às praças e ruas e começaram a evangelizar. A partir da vida do Espírito Santo, surgiu a Igreja que se espalhou pelo mundo inteiro, se organizou e hoje ainda existe, com sua rica história e experiências acumuladas ao longo de dois mil anos.
Dom das línguas, entusiasmo, renovação, dom de cura eram alguns dos carismas do Espírito Santo que sempre acompanharam os evangelizadores. A renovação Carismática Católica quer, hoje, de certa forma, repetir o que aconteceu naquele dia, por obra do Espírito Santo. Renovação, nesse caso, não é no sentido de que haveria algo de errado, de velho dentro da Igreja e que deve ser renovado, mas uma maneira nova de viver o dom de Jesus Cristo e do Espírito que é nos dado por Deus Pai: criar um novo entusiasmo, criar homens novos na vida e na oração; tornar novo o que já existe, conforme o espírito do Concílio Vaticano II, em comunhão com Igreja e com o papa.
Uma renovação, portanto, que converta e transforme o homem no seu ser e na sua oração, uma conversão interior - não da não- crença- mas para uma maneira mais vivida e própria de crer e viver seu contato com Deus. Algo mais pessoal, mais íntimo. Melhor, porém, é ouvir o que os protagonistas que se converteram nesse batismo no Espírito Santo falam: "A RCC é o batismo no Espírito Santo, ou seja, um mergulho na graça do Espírito, para que o fiel viva melhor sua vida e seu carisma de cristão onde ele se encontrar, seja como leigo ou como consagrado, numa maneira mais humana e mais divina" (PE. Eduardo Dougherty à revista Mundo e Missão).
Pe. Jonas Abib e outros insistem na semelhança do movimento carismático com o que aconteceu no dia do Pentecostes, o que, em outras palavras, quer dizer uma experiência de conversão pessoal e comunitária à pessoa de Jesus: "Não somente uma conversão simplesmente intelectual, racional, ou uma conversão baseada na simples aceitação de verdades dogmáticas e, portanto estéril, mais uma experiência pessoal com Jesus Cristo, o Deus vivo, que penetra em nossas vidas, inundado-as com o amor do Pai, uma experiência que não só é sentimental mas que invade toda à vida.... transformando todo nosso ser através da oração, da palavra, dos sacramentos, do testemunho de vida e de serviço aos irmãos.
Experiência de amor que leva a Deus e aos irmãos...experiência que provém do Espírito Santo... dos que nasceram de novo no Espírito". E poderíamos continuar citando muitos outros que se converteram ao movimento numa busca sincera de uma vida nova, dentro do espírito da RCC. Eles chamam o movimento de "Caminho Novo do Espírito", a "Obra Nova" que Deus nos propõe.
A Vida após o batismo no Espírito
Dentro desse espírito de conversão total ( alma, corpo, razão e sentimentos), voltam a ter nova importância na vida do carismático, as devoções, que n nos anos passados, foram deixadas de lado, como a participação à Eucaristia e adoração ao Santíssimo, a devoção a Nossa Senhora com a reza do terço (até numa forma incomum, o chamado terço bizantino), a oração e muitos cânticos como expressão de louvor e pedido a Deus Trindade, acompanhados de gestos, movimentos do corpo e símbolos.
Nesse espírito de renovação carismática, estão surgindo também movimentos religiosos e laicais com um revigoramento inesperado de vocações masculinas e femininas que há tempo não acontecia. A preparação desses aspirantes vocacionados diverge dos modelos recentes de formação, às vezes, polêmicos por causa do espírito da teologia da libertação. É um retorno a um certo tradicionalismo, mas com novidades como o espírito de louvor que permeia toda oração carismática.
Emoção e Evangelização
Nem todos que participaram do movimento carismático, especialmente o povo que freqüenta somente as missas e shows, têm essa visão clara do espírito que fundamenta o movimento que a liderança gostaria que tivessem a respeito dos carismas, da conversão, não só emocional, mas também da razão.
Muitas pessoas - é fato conhecido - participam por exigências muito mais concretas e pessoais, como a emoção, a expectativa de solucionar algum problema como desemprego, doença, etc.. em busca de uma segurança emocional, religiosa, diante do mundo que assusta porque permissivo, consumista, violento e individualista. São motivos pessoalmente validos e que na participação das missas parecem encontrar um alivio, senão ema solução.
A Evangelização é a parte essência da RCC, isto é, formar as pessoas profundamente conscientes de sua fé e de sua transformação em Cristo, pela ação do Espírito Santo. João Paulo II recomenda essa evangelização: no discurso de abertura da Conferência Internacional de Lideres Carismático, além de elogiar a inegável força de conversão que leva a "redescobrir a presença e o poder do Espírito Santo em suas vidas, na vida da Igreja e do mundo...
que tem levantado uma fé cheia de alegria, um amor pela Igreja e uma generosa dedicação à evangelização", insiste que "o movimento- carismático católico- é eclesial e a palavra eclesial implica uma tarefa precisa de formação cristã, envolvendo uma profunda convergência de fé e de vida. A fé entusiástica, que dá vida às suas comunidades, deve ser acompanhada por uma formação cristã abrangente e fiel aos ensinamentos da Igreja. De uma formação sólida, surgirá uma espiritualidade profunda, enraizada nas fontes de vida cristã e capaz de responder às perguntas cruciais colocadas colocada pela cultura de nossos dias..." (Brasil Cristão, fevereiro 99, p.23).
A evangelização é portanto, parte essencial da legitima renovação cristã. Na entrevista concedida por pe. Eduardo a Mundo e Missão, ele insistia sobre as palavras que sublinháramos na descrição de Pentecostes. Os apóstolos, após ter recebido o Espírito Santo, saíram à rua para evangelizar com a palavra e o testemunho pessoal, porque sem testemunho e palavra, ou seja, sem essa evangelização, nem Pentecostes teria tido efeito que teve. Tudo teria acabado no cenáculo ou, talvez, tivesse surgido mais seita como existiam outras no mundo judaico. Portanto, insiste pe. Eduardo, um dos iniciadores do movimento no Brasil e fundador da Associação do Senhor Jesus, "sem uma evangelização constante e universal que abranja o mundo inteiro, a RCC perderia sua característica de movimento eclesial".
Evangelização e solidariedade
Outra face da Renovação Carismática, mais pouco divulgada, é o aspecto social e a ajuda aos pobres e marginalizados. Na mesma entrevista, tomamos conhecimento dos muitos trabalhos realizados em favor de drogados, moradores de rua, crianças e órfãos e carentes e das instituições que o movimento mantém. Aliás, no final de 1998, em Brasília, realizou-se o I Fórum Nacional da Renovação Carismática de Direitos sociais, onde se discutiram os novos caminhos que a RCC deve tomar em relação aos direitos humanos. O objetivo è "promover a consciência social e ocupar os espaços que são de direitos e de dever dos leigos na tarefa de conduzir toda a humanidade a Deus" (Brasil Cristão, fevereiro, 99).
Carismas polêmicos
No dia de Pentecostes, os Apóstolos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o mesmo Espírito lhes concedia que falassem. Logo na primeira pregação, na rua, os presentes ouviam falar em sua própria língua. Este dom, junto com o dom da cura, foi praticado nas primeiras comunidades cristã, mas São Paulo já alertava que o dom era útil, se houvesse alguém para interpretar os sons pronunciados.
Na reforma evangélica pentecostal e no movimento carismático católico fala-se muito desse dom que suscita perplexidade em alguns e entusiasmo em outros. Em Brasil cristão, a revista da Associação do senhor Jesus, pe. Eduardo refere-se a esse dom como "uma benção de Deus"... uma experiência linda e fantástica. A nossa língua, mente, nosso coração e corpo são purificados, por isso temos que exercitar esses dons preciosos que Deus Pai nos concede através do Espírito Santo... Não existem palavras suficientes para louvar a Deus. Deixe portanto, que o Espírito Santo reze em você, aos poucos sentirá toda a purificação dentro de seu ser. Falar em línguas é estar em sintonia com Deus.
História do Movimento Pentecostal
Jorge Paleari
É no seio do metodismo que nasce o movimento pentecostal. Tudo começou em 1866, nos Estados Unidos, quando alguns fiéis se encontraram para uma grande concentração "renovadora" ( de revival, em inglês, isto é, renovação). Essas concentrações de oração chegavam a reunir até 20 mil pessoas. Havia sempre explosão emocional intensas que contagiavam a todos. Os "revivals" se multiplicaram. Em janeiro de 1901, Charles F. Parham começou a pregar sobre os dons do Espírito; em 1906, William J. Seymour, um ministro negro, insistente nas experiências emocionais e introduz o dom das línguas.
Los Angeles é tida como lugar do surgimento da primeira experiência pentecostal. Em 1906, em Los Angeles (Azuza Street), uma enorme quantidade de pessoas "continuou a gritar por três dias e TRÊS noites, durante o tempo pascal. As pessoas vinham de todos os lugares. Ninguém podia se aproximar da casa por causa da enorme massa de gente que circundava. Cada um que entrava na casa era violentamente envolvido pelo poder de Deus. Eles gritaram até que a casa caiu, mas ninguém ficou ferido".
O jornal: "The New York Americam" do dia 03 de Dezembro de 1906 falou que algo estranho estava acontecendo. "Um novo movimento religioso, formado por negros e brancos, estava começando. A tradição metodista estava sendo misturada à religiosidade popular dos negros". Dissensões e divisões marcaram logo, a epopéia pentecostal: mais briga havia, mais os pentecostais se multiplicavam. A primeira explosão pentecostal, acontecida em Los Angeles em 1906, é tida como o período clássico do movimento.
Uma segunda onda coincide com a difusão missionária pentecostal pelo mundo e o estabelecimento dos primeiros templos autóctones. De Chicago, Luigi Francescon, a partir de 1910, chega ao Brasil e começa a "Congregação Cristã"; Daniel Berg e Gunnar Vingren Começam a "Assembléia de Deus" em Belém ( em 1911). Um terceira onda pentecostal pretende influenciar as Igrejas protestantes tradicionais e a Igreja católica. Em 1960, na Califórnia o pastor Dennis Bennet, reitor da igreja episcopal, aceita o pentecostalismo em sua própria organização.
Em 1967, a Igreja católica começa o movimento carismático entres os estudantes e professores da universidade Du Quesne (USA). Uma quarta onda pentecostal coincide com o processo do uso dos meios de comunicação e a especialização na cura divina. Este novo desenvolvimento é chamado de neopentecostalismo. O Brasil conheceu uma explosão pentecostal, nos anos 50, com o surgimento das igrejas tipicamente brasileiras, como "Brasil para Cristo", "Deus é Amor" e a "igreja quandrangular". Nos anos 80, surgem outras neopentecostais como a "Igreja universal do reino de Deus", a igreja internacional da graça de Deus", a "Igreja renascer", etc.
OS BISPOS DOS BRASIL E A RCC
Há alguns anos, a CNBB fez um estudo sobre a RCC e em 1994 publicou um amplo documento "Orientações pastorais sobre a Renovação Carismática Católica".
Reproduzimos alguns trechos significativos. "Reconhecendo-se a presença da RCC em muitas dioceses e também a contribuição que tem trazido à Igreja no Brasil, é preciso estabelecer o diálogo fraterno no seio da comunidade eclesial, apoiando o sadio pluralismo, acolhendo a diversidade de carisma e corrigindo o que for necessário" (n.º 19).
"Haja muito discernimento na identificação de carismas e dons extraordinários. Diante dos pessoas que teriam carismas especiais, o juízo sobre sua autenticidade e seu ordenado exercício compete aos pastores da Igreja. A eles em especial cabe não extinguir o Espírito, mas provar as coisas para ficar com o que é bom" (n.º 57).
"Orar e falar em línguas: O destinatário da oração em línguas é o próprio Deus, por ser uma atitude da pessoa absorvida em conversa particular com Deus. E o destinatário do falar em línguas é a comunidade. O apóstolo Paulo ensina: "Numa assembléia prefiro dizer cinco palavras com minha inteligência pra instruir também aos outros, a dizer dez mil palavras em línguas" (1 Cor 14,3). Como é difícil discernir, na prática, entre inspiração do Espírito Santo e os apelos do animador do grupo reunido não se incentive a oração em línguas e nunca fale em línguas sem que haja intérprete (n.º 62).
É preciso ser humilde e estar dispostos a adorar a Deus, mesmo sem entender as palavras que saem de nossa boca ... São impressionantes os sinais e prodígios, as curas e os milagres que acontecem quando realmente estamos em sintonia com Ele" (Brasil Cristão, janeiro, 98, p.7)
Dom das curas
Quem procura as cerimônias carismáticas, às vezes, vai mais na esperança de curar doenças de todos os tipos ou pata solucionar problemas pessoais como o desemprego. Em um artigo publicado em Brasil Cristão (n. 14), ir. Cecília R. Vianna, explica que a cura mais profunda e própria do movimento é a cura interior, ou seja, a cura espiritual dos males que afligem o espírito. Nessa linha de entendimento, estamos dentro da lógica da conversão do todo ser, conversão do pecado, dos vícios, das más inclinações, etc. É normal- e a ciência confirma - que uma purificação profunda do espírito, aliada a uma fé e uma confiança total em Deus, pode operar as curas de males físicos e psíquicos.
A oração de entrega, recomendada na revista, é um forte exemplo: "Senhor Jesus, eu me entrego aos pés de Sua Cruz. Preciso do Seu Amor Redentor, da plenitude de Seu Santo Espírito. Entrego todas as minhas faltas, meus traumas, em fim tudo aquilo que me machuca interiormente me causando desânimo e desamor. Olhando para Você agora, sacrificado em uma cruz por meus pecados, me sinto pequeno diante de tanto Amor. Meus traumas, problemas, infelicidades se tornam pequenos diante do Seu sacrifício por mim. Quero abraçá-lo, Jesus, e me entregar completamente a este Amor que me cura e liberta. Peço que caminhe comigo em todas as fases de minha vida. Amém".
A Renovação Carismática no Brasil
Um dos fundadores da Renovação Carismática Católica no Brasil foi pe. Eduardo Duogherty SJ. Mundo e Missão foi entrevista-lo em Valinhos, SP, onde ele dirige um centro de produção de programas de televisão, a Associação do Senhor Jesus.
M.M.: Como o movimento da Renovação Carismática veio para o Brasil?
Pe. Eduardo: Vou contar minha história. Em 1966, cheguei como escolástico ao Brasil. Trabalhei em Campinas no centro social dos jesuítas, coordenei grupos de jovens, campeonatos de futebol e até um seleção de atletismo. Em 1968, comecei o primeiro ano de teologia em São Paulo com os dominicanos. No segundo semestre, houve problemas na escola, a policia entrou na faculdade e fui embora para o Canadá. Logo que cheguei lá, ouvi falar dos pentecostais (naquele tempo era esse o nome da Renovação Carismática). Em 1969, e no dia 15 de março, num fim de semana que passei junto com pessoas desse movimento, tive uma experiência de Deus. Mergulhei no Espírito Santo. Realmente experimentei uma grande paz, muita alegria, acho que tive uma experiência de Pentecostes. Comecei a ler e a estudar o que era a Renovação Carismática Católica. Durante as férias de verão do Canadá ( de julho a agosto), voltei ao Brasil, ao centro social dos jesuítas de Campinas, e com o padre Haroldo Ranhm começamos um grupo de oração. Em setembro, voltei para o Canadá e continuei meus estudos de teologia e aproveitei para ler tudo o que podia sobre espiritualidade inaciana e espiritualidade carismática. Em 1970, fui ordenado padre, em 1971 terminei teologia e fui encarregado de pregar retiros para sacerdotes nos Estados Unidos. Nesse tempo, continuei aprofundando cada vez mais meus conhecimentos da espiritualidade da Renovação Carismática.
M.M.: Permaneceu muito tempo nos Estados Unidos depois de sua ordenação?
P.E.: Somente dois anos. Em 1972, voltei ao Brasil e fui para Osasco. Meu ministério continuou sendo pregar retiros. Eu gosto muito de fazer isso. Fui liberado logo de qualquer compromisso paroquial em Osasco para poder viajar pelo Brasil inteiro, pregando retiros e espalhando a Renovação Carismática.
Entre 69 e 72 pe. Haroldo publicou um livro: "Batizados no Espírito" que foi uma peça chave para a Renovação Carismática aqui. Em 73, organizamos, eu e ele, a equipe nacional. O movimento foi muito influenciado pelos retiros com os sacerdotes: milhares deles fizeram retiros carismáticos e muitos deles entraram em cheio. Outra peça-chave para a renovação foram os padres pregadores que viajaram pelo Brasil inteiro. Dentre eles: pe. Haroldo, pe. Alírio Pedrini, Schuster, pe. Jonas...
A partir de 1980, entramos mais na mídia e isso ajudou muito para que o movimento se espalhasse pelo país. O pe. Jonas começou em 1980 com a rádio Canção Nova", nós entramos em 1983, no mundo da televisão com um programa semanal e começamos a produzir programas também.
O que ajudou a fortalecer o movimento e lhe deu uma certa estrutura foi a formação de equipes locais: esta foi a chave para que a Renovação Carismática se organizasse e chegasse ao ponto que se encontra agora no Brasil.
O que ajudou a fortalecer o movimento e lhe deu uma certa estrutura foi a formação de equipes locais: esta foi a chave para que a Renovação Carismática se organizasse e chegasse ao ponto que se encontra agora no Brasil.
M.M.: Existe abertura à questão missionária dentro da Renovação Carismática?
P.E.: Existe, ainda que, aparentemente, a gente tenha a impressão de que poderia ser sentida e vivida mais intensamente. Cabe aos pastores orientar a Igreja e a ovelhas, dar a visão que Jesus Cristo tinha da Igreja, abrir os horizontes, animar e estimular os fiéis.
É problema de cabeças, de lideres.
É problema de cabeças, de lideres.
M.M.: Costuma-se dizer que a Renovação Carismática não se engaja muito no campo social. O que acha disso?
P.E.: Muito pelo contrario. Nós temos um secretariado que cuida do empenho co campo social e esse é um dos aspectos da Renovação Carismática. Temos dado atendimento a viciados, a menores abandonados: a Renovação Carismática trabalha com pessoas de rua, com drogados, em orfanatos e em creches.
Depois de Pentecostes, as pessoas que receberam o Espírito Santo saíram para a rua. Fazer a experiência de Deus e depois ir ao encontro do irmão que está na rua, abandonado, é essencial para o carismático, faz parte da vida ra RCC e prova que é autentica.
Conheço pessoas que saem às dez goras da noite para encontrar as pessoas da rua e não só para dar-lhes sopa, mas para ajuda-las a deixar essa vida, a sair das ruas.
Conheço pessoas que saem às dez goras da noite para encontrar as pessoas da rua e não só para dar-lhes sopa, mas para ajuda-las a deixar essa vida, a sair das ruas.
SHALOM, o dom da paz
No dia 9 de julho de 1982, em Fortaleza, é inaugurado o Centro Católico de Evangelização Shalom (plenitude de paz, em hebraico), com a benção do cardeal d. Aloísio Lorscheider. Um centro de evangelização singular, porque se trata de uma lanchonete, com a finalidade de aproximar os jovens e anuncia-lhes Jesus além dos esquemas convencionais. É o início de uma Obra agora em plena expansão no Brasil e também em outros países, mas que levou vários anos de preparação na oração e no discernimento, às vezes, sofrido. O desejo do fundador Moysés Louro de Azevedo Filho, e do seu grupo de oração, que deu origem à Obra, era de evangelizar, sobretudo os jovens, e de se comprometer totalmente com Deus e com os outros.
O grupo nasceu da Renovação Carismática Católica e algumas pessoas deste movimento ajudaram de maneira determinante na primeira etapa de busca de vontade de Deus: entre elas pe. Jonas, da Comunidade Canção Nova de Cachoeira Paulista, SP. Importante também foi o encontro com dois santos, Francisco de Assis e Teresa de Ávila, que imprimiram suas marcas na Obra nascente. O primeiro iluminou sobre a pobreza e a fraternidade e a mística espanhola os conduziu no caminho da oração.Logo depois da fundação, a Obra conheceu um rápido crescimento. "No inicio, eram os jovens, mas começaram a comparecer também seus pais, adultos, crianças, enfim todos os tipos de pessoas" (Moysés Azevedo).
A forma comunitária da convivência fraterna começou a se definir, desde as primeiras inspirações e experiências, e era sentida como uma exigência essencial da nova espiritualidade. A primeira foi a comunidade de Vida e, em um segundo momento , a comunidade de Aliança (CF Box). Em janeiro de 1985, os primeiros cinco membros (homens e mulheres) emitiam votos como consagrados na comunidade de Vida Shalom, depois que, no ano anterior, foram redigidas as primeiras regras.
SHALOM é uma comunidade da Igreja Católica, formada por homens e mulheres casados, solteiros e sacerdotes, que consagraram suas vidas inteiramente ao serviço de Deus, da Igreja e da humanidade.
Sua missão é instaurar a paz no mundo e nos corações, através do anúncio de Jesus Cristo e da formação de filhos de Deus autênticos, mediante a transformação dos meios seculares em meios de evangelização e renovação do apostolado da Igreja.
Formas de vida
- Comunidade de vida
Forma o núcleo da Obra e vive a consagração plena a Deus e ao seu Reino, através de uma vida inteiramente dedicada ao serviço na Obra, à contemplação e ao amor fraterno.
Seus membros vivem em residências comunitárias, com intensa vida de oração, dedicação exclusiva ao apostolado, total partilha de vida e renúncia completa dos bens. Seu sustento da Providência e de uma parte do dizimo da Comunidade Aliança. - Comunidade de Aliança
É formada por membros comprometidos com o Shalom, exercendo atividades profissionais no mundo e nele sendo fermento, morando em residências de vida fraterna (Aliança residencial) ou com suas próprias famílias (Aliança externa), assumindo compromisso de oração, fraternidade e dias de apostolados na Obra.
Shalom tem 23 casas. Os membros das Comunidades de Vida são 348 e os das Comunidades da Aliança 729.
Espiritualidade
"Nossa vocação nasceu no interior da Igreja, através da graça da efusão do Espírito Santo como vivida pela Renovação Carismática Católica"(Moysés Azevedo). Nesse contexto se faz uso dos carismas do Espírito Santo, para a edificação da Igreja. O cerne da vocação Shalom é o amor esponsal a Jesus Cristo, que Moysés assim explica: "Ao dizermos 'sim à vocação Shalom, dizemos igualmente nosso 'sim' ao amor incondicional a Jesus Cristo, em sua paixão, morte e ressurreição e, como Ele e com Ele, nos dispomos a unir perfeitamente nossa vontade à vontade do Pai, seja como for, custe o que custar, pois, 'um coração inflamado por este amor tudo realiza, a tudo se dispõe' (Regras de Vida)". Nesse sentido, a oração amplo espaço nas comunidades e a Igreja é amada como Mãe, com a qual unicamente Shalom pode viver sua vocação e missão, na fidelidade ao Magistério a com uma vida sacramental autêntica e profunda.
Atividade
* Evangelização: tudo começou com os jovens na lanchonete em uma livraria e agora se estende aos ambientes e categorias cada vez mais numerosos e categorias cada vez mais numerosos e diversificados com projetos apropriados: crianças, família, sacerdotes, jovens, doentes, profissionais. A metodologia é variada: grupos de oração, missões, retiros, pregações em praças públicas, abordagem direta como visitas de casa em casa ou em lugares públicos, com festas, praias, portas de cinema, teatro, restaurantes etc.
Depois da fase do primeiro anúncio (querigma) vem a catequese, na qual as pessoas se engajam em um grupo de oração para que sua fé seja fortificada. São organizados grandes eventos evangelizadores, como encontros no Carnaval, acampamentos de jovens, fóruns e congressos. A evangelização realiza-se também através de cinco estações de rádio, de produção de programas para Tv, uma revista mensal ("Shalom Maná") e publicações de livros. Sustenta este projeto uma grande variedade de ministérios: de evangelização, de pastoreio, de animadores, de eventos, de acolhimento, de liturgia, de cura e acolhimento.
* Formação: milhares de pessoas são formadas na doutrina, na liderança na vivenciada fé, através de Centros de Formação Shalom, cursos, apostilas e retiros de aprofundamento.
*Obras: o amor ao irmão, sobre tudo ao pobre, se traduz em atividades de vários tipos: em creches, hospitais, orfanatos, com leprosos, meninos de rua, dependentes de álcool e drogas e em diversas pastorais sociais.
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